A burocracia infernal da estrutura pública é tanta que, no meio da confusão, de vez em quando alguém esquece alguma coisa importante pelo caminho e depois tem que correr atrás para resolver. É o caso de nada menos do que 600 mil reais que o Governo tem em caixa e que não pode usar, porque o DER, quando passou o controle da Rodoviária (aquela monstruosidade que habita no meio da Capital e que torna a região cada vez mais feia) para a AGERO, a Agência de Regulação de Serviços Públicos Delegados do Estado, esqueceu-se de criar uma lei específica para dizer como e por quem o dinheiro deveria ser usado.
Pois a AGERO, agora, está com uma verba superior a 600 mil reais, depositados numa conta, resultante de recolhimento de 30 por cento cobrados dos permissionários para obras de manutenção daquele elefante branco, mas não tem poder legal para usar a verba. A legislação que criou o tributo simplesmente não previu a forma como ele poderia ser utilizado. Enquanto o prédio tosco, antiquado e sem estrutura continua recebendo milhares de pessoas com suas condições lamentáveis, o Ministério Público teve que intervir para exigir que o dinheiro arrecadado seja utilizado para seus fins.
O presidente da Agero, Marcelo Borges, está tentando encontrar uma saída para o caso. Tem boa vontade e quer fazer, mas, antes de tudo, tem que encontrar uma forma legal, porque se utilizar o dinheiro sem que ele tenha uma norma específica, pode acabar pagando muito caro lá na frente.
Os permissionários da Rodoviária, aliás, ao menos terão uma boa notícia. O valor que eles pagam (deveriam é receber alguma coisa, para sobreviver naquele monstrengo) vai diminuir bastante. Uma negociação envolvendo o Governo, via Casa Civil e a Assembleia, através do o deputado Léo Moraes, vai modificar, para baixo, os critérios de pagamento. Enquanto tudo isso não se resolve, a nova Rodoviária, prometida e reprometida “trocentas” vezes, continua apenas um sonho de verão. O dinheiro que há para construi-la (mais de 42 milhões de reais) será destinado do Governo para a Prefeitura. A obra que já deveria estar andando (o DER tem um lindo projeto, mas não consegue executar), quem sabe ficará para quando o Sargento Garcia prender o Zorro?
O PERVERSO ATACOU DE NOVO!
Uma família chora, desesperada, a morte da esposa, da mãe, da avó. Não há lágrimas suficientes e nem lástimas para aplacar a dor de tanta gente. Assassinada cruelmente com um tiro nas costas, depois de deixar os filhos numa escola, ela foi morta por um facínora incurável. Preso pela PM, pouco mais de 24 horas depois, graças a um excelente trabalho policial, descobriu-se novamente o óbvio: o matador é reincidente, é cruel, está se lixando para a vida alheia. Já matou dois, matou mais uma e vai matar enquanto estiver neste Planeta. É foragido do sistema penal, como dezenas e dezenas de bandidos. Junto com outros famigerados usuários de tornozeleiras eletrônicas (não são todos, é claro, mas muitos), o perverso anda livre e solto por aí, pronto para continuar atacando, assaltando, estuprando, matando. Voltará às grades e em breve estará nas ruas novamente, por fuga ou por benefícios legais, para continuar sua sina de tirar vidas de gente decente. A família da vítima, como tantas famílias de tantas vítimas, é sempre duplamente punida: perde seu ente querido e ainda vê o criminoso ser tratado como cidadão de bem pelas leis brasileiras. Até quando vamos suportar?
HILDON ENCHEU O SACO
O clima esquentou pelos lados da Prefeitura. A paciência do prefeito Hildon Chaves esgotou. Um dos resultados disso foi a decisão de se afastar, definitivamente, do seu vice, Edgar do Boi. Afastou-se também de dois vereadores, que estariam, segundo as más línguas palacianas, legislando apenas em causa própria: Jair Montes e Marcelo Cruz. Nessa semana, o Prefeito demitiu todos os servidores indicados pelos dois, fez uma verdadeira limpeza em cargos comissionados e agora vai reestruturar sua equipe com gente que é da base aliada. As medidas começaram a ser decididas numa madrugada da semana passada, onde Hildon e alguns dos vereadores que ele respeita (embora nem sempre votem a favor de projetos do Palácio Tancredo Neves) discutiram graves questões que estariam ocorrendo, nas últimas semanas. O caso é explosivo e quando vier a público (certamente virá, pelo peso das denúncias e porque o Ministério Público já está na jogada), vai ser daqueles que fazer tremer a cidade. A coluna já deu algumas dicas na edição desta quarta.
BRIGA PELOS TAXISTAS
Ainda da Câmara: dois vereadores dos mais destacados na Casa, Edwilson Negreiros e Jair Montes tiveram um bate boca tão forte, nos bastidores, dias desses, que se não fosse a turma do “Deixa Disso!”, a coisa poderia ter acabado em pugilato. “Homenagear” as mães um do outro foi uma das ofensas. Por trás de tudo, uma briga política para decidir quem é o verdadeiro representante da classe dos taxistas em Porto Velho. Um, dizendo-se porta voz da categoria há décadas. Outro, querendo assumir o posto. Tudo começou com o problema do Uber, que aparece com força entre as opções de transporte na Capital. A coisa ficou feia. Edwilson é de uma família tradicional de taxistas da Capital e sempre dependeu da categoria para manter sua carreira política. Montes o teria acusado de estar “traindo” a categoria, por não se pronunciar com firmeza contra a Semtran, que estaria deixando o sistema de transporte pessoal ser feito, na ilegalidade, falando a linguagem dos taxistas. O caso é complicado e levou Edwilson a fazer um duro pronunciamento sobre o assunto. O caso ainda vai longe…
PMDB DISCUTE SEUS CAMINHOS
Confúcio Moura, Valdir Raupp, Maurão de Carvalho e todos os principais nomes do PMDB (prefeitos, deputados e vereadores) vão se encontrar neste final de semana, durante o Terceiro Encontro “Estradas e Bandeiras”, com todos os olhos voltados para a eleição do ano que vem. A reunião, na sede do diretório regional em Porto Velho (rua Elias Gorayeb, em direção à avenida Migrantes), começa na sexta e continua por todo o sábado. Na abertura, na manhã desta sexta, dia 24, a partir das 9h da manhã, estará presente toda a nata do partido. O encontro servirá para discutir os rumos do PMDB para o ano que vem e, certamente, a questão que envolve o lançamento do nome do presidente da Assembleia, Maurão de Carvalho, como o candidato do partido à sucessão de Confúcio Moura. O Governador, ao menos por enquanto, não vai confirmar se será ou não postulante a uma das duas vagas ao Senado. O presidente regional do partido e candidatíssimo à reeleição, Valdir Raupp, diz que a meta do encontro é fortalecer as novas lideranças do partido e preparar-se para 2018.
NOS DOIS CANTOS DO RINGUE
Quem conhece Ernandes Amorim sabe que ele não faria um mandato feijão com arroz, como vereador em Ariquemes. Barulhento, agora na sua nova fase da vida pública, o ex senador, ex deputado federal, ex deputado estadual e ex prefeito de Ariquemes faz alarde, de novo, nessa semana. Com as redes sociais como inovação para se comunicar, então, nem se fala! Amorim tem sido uma pedra no sapato do jovem prefeito Thiago Flores, que, aliás, não se intimida e responde à altura. Nessa semana, Amorim exagerou: chamou a polícia para denunciar que havia “restos humanos” no lixo do hospital público da cidade. Claro que não havia, mas quem o conhece, sabe que ele não diminui nada. Ao contrário, amplia e amplia muito. Postou um vídeo com pesadas denúncias contra a Prefeitura e contra a Secretaria de Saúde da cidade. Horas depois, Thiago postou outro (ele também sabe usar muito bem as redes sociais), contestando o vereador. Vai ser uma longa e pesada disputa em Ariquemes. No ringue, o eterno Amorim, do alto dos seus 70 anos e no outro canto o jovem Thiago Flores, que, aliás, está fazendo uma boa administração na sua cidade. Esperemos os novos rounds…
ANDREY E OS LOBOS
“Esse é o efeito colateral perverso do alheamento e do desprezo populares em relação não apenas aos políticos, mas à política, na mesma medida. E parece que os estrategistas dos partidos conduzem as ações no Congresso exatamente nessa direção: quanto mais avesso o público à vida política maiores serão as possibilidades de reeleição para os atuais ocupantes que não dignificam a vontade soberana. Faz parte dessa estratégia a proposta de reforma política exclusivamente conduzida no sentido de aprovar o financiamento público das campanhas eleitorais e o chamado “distritão”, sistema que anuncia a virtude de pode acabar com as conhecidas siglas de aluguel, muitas dos quais não são mais que pequenas empresas privadas imersas em grandes negócios públicos e privados. Mas a verdade é que esse sistema favorece em muito a recondução dos atuais titulares dos cargos, mais conhecidos pela forte exposição na mídia e principais beneficiários da distribuição do fundo de R$ 3,6 bilhões”. Trecho do artigo assinado pelo presidente da OAB de Rondônia, Andrey Cavalcante, descendo o cacete nas manoibras que os lobos da política querem impor ao país. Vale a pena ler. Está no site da OAB e em outros sites de notícias do Estado.
PERGUNTINHA
Ei, você! Foi surpresa em saber que, mais uma vez, um ex Presidente da República chamado Fernando Collor de Mello, foi denunciado por corrupção, agora na Lava Jato?
Fonte:Sérgio Pires