A situação na região de Buritis em relação à segurança é extremamente preocupante. No último dia 20, o promotor de Justiça Rodrigo Leventi Guimarães, que responde pela comarca oficiou o secretário de Defesa Lioberto Caetano onde o assessor do governador Confúcio Moura é alertado sobre o desmonte da segurança pública na região.
No documento de duas páginas, o promotor informa que “as autoridades responsáveis já foram devidamente notificadas sem que providências fossem adotadas”. Ele se referia ao contingente ínfimo de policiais para atender os mais de 60 mil habitantes distribuídos em uma região de mais de 7 mil quilômetros quadrados, que segundo o mapa da violência 2016 figura como a segunda que mais mata por armas de fogo no Estado.
O promotor lembrou no documento que várias investigações estão paralisadas por falta de pessoal e de estrutura, entre elas o assassinato do presidente da OAB de Buritis, Alceu Scoparo, morto em 13 de agosto de 2016.
Segundo a polícia, “dois homens em uma motocicleta se aproximaram e pararam ao lado do veículo, o passageiro sacou uma pistola calibre 380 e efetuou cerca de oito disparos contra ele [Alceu Scopraro]. A vítima ainda tentou sair do veículo pela porta do passageiro, mas os disparos atingiram a cabeça e ele morreu no local”, contou na época o delegado. Um ano e dois meses depois, o crime continua sem solução, assim como dezenas de outros casos registrados na região.
Mesmo assim, de acordo com informações do Ministério Público, o governo continua autorizando transferências de policiais e para piorar ainda mais a situação, a construção da UNISP (Unidade Integrada de Segurança Pública) iniciou em 2014, está paralisada e não há sequer data para conclusão, sendo que nem mesmo há notícias de deflagração do respectivo processo licitatório para continuidade da obra.
Em Buritis, o sistema integrado de vigilância (câmeras de segurança) nunca funcionou. São 14 câmeras no total, já instaladas, porém, sem funcionamento.
Recentemente, por ação do Ministério Público realizou-se um convênio entre o Município de Buritis e Estado de Rondônia-SESDEC, para colocar em funcionamento o sistema integrado de vigilância, porém, até hoje não houve início das atividades de monitoramento.
As viaturas, de acordo com informações do MP, estão todas sucateadas. O serviço de inteligência está desativado por falta de efetivo, e o serviço de investigação conta apenas com um policial para atender toda a região.
Além disso, o próprio serviço de patrulhamento rural foi desativado por falta de efetivo.
No meio desse caos, a população segue contando apenas com a segurança divina.
O promotor, no ofício, deu um prazo de 10 dias para que o Estado resolva todos os problemas, sob pena dos responsáveis, Confúcio Moura e Lioberto Caetano serem processados por improbidade administrativa.
Fonte:Painel Político