Duas horas. Este é o tempo que o paciente deve esperar para ter confirmação do diagnóstico, saber de há possibilidade de resistência do medicamento tradicional, a rifampicina, e início do tratamento contra a tuberculose. Antes, o processo poderia demorar até 120 dias. O avanço no tratamento começa a ser oferecido à população pelo Governo de Rondônia, através da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), a partir desta segunda-feira (20), dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para obter o avanço, o governo adquiriu moderno sistema de análise, para a realização de teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB), que detecta o DNA do Mycobacterium tuberculosis e realiza triagem de cepas resistentes à rifampicina. No total, mais de R$ 600 mil foram injetados – com recursos próprios – para assegurar a melhoria no combate à doença.
Dentro da estratégia da descentralização do atendimento implantado pelo governo de Rondônia, os equipamentos serão instalados em cidades polos: Porto Velho, Vilhena, Ji-Paraná, Cacoal e Ariquemes. Com isso, a estimativa é que haja uma cobertura de mais 90% da população.
De acordo com o secretário Williames Pimentel, o TRM- TB não está indicado para o acompanhamento do tratamento. Para esse fim, devem ser realizadas baciloscopias mensais de controle, e, nos casos de retratamento, indica-se a realização de TRM-TB, para possível identificação de resistência a rifampicina, porém para o diagnóstico da tuberculose deve-se realizar a baciloscopia de escarro, cultura com teste de sensibilidade.
Mais de 80% dos pacientes com tuberculose são curados em Rondônia. Eles representam o número de pessoas que não abandonam o tratamento, seguem as orientações médicas e voltam a ter uma vida normal. A avaliação foi feita pelo secretário estadual de Saúde, Williames Pimentel, durante entregue de novos equipamentos, na sexta-feira (17), Dia Nacional de Combate à Tuberculose, no auditório do Laboratório Central de Saúde Pública de Rondônia (Lacen), em Porto Velho.
“No nosso Estado em 2017, os dados – preliminares – registram 657 casos notificados, destes 452 são casos novos de todas as formas, onde a incidência representa 25,6 para cada 100 mil habitantes. De total, 402 são pulmonares. Entre os pulmonares, 316 casos de tuberculose com baciloscopia positiva, ou seja, uma incidência de 17,9 para cada 100 mil habitantes”, afirma o secretário Williames Pimentel.
Só a capital registrou 433 casos notificados, desses apenas 277 são casos novos residentes no município. O perfil da doença aponta 241 pulmonares e deles 199 com confirmação bacteriologia, sendo a incidência de 39,6 para cada 100 mil habitantes.
Dados do setor de estatísticas da Sesau apontam que em Rondônia os indicadores epidemiológicos ainda preocupam, pois o abandono de tratamento é alto. O Ministério da Saúde (MS) preconiza, uma taxa de cura de 85% e abandono de no máximo 5%. Em 2016, a cura dos casos novos tuberculose pulmonar positiva foi de 71,3% e o abandono foi 18,1%.
A estratégia principal para êxito no tratamento é realizar o tratamento diretamente observado (TDO) que deve ser feito pelas equipes da estratégia saúde da família (ESF) nas unidades de saúde de segunda do TDO, refletindo o alto abandono e a baixa cura.
Constata-se que nos municípios que o fazem apresentam uma taxa de cura satisfatória, isso representa a importância de todos os municípios implantarem e implementarem nas unidades para o controle da doença, contribuindo para aumentar a cura e reduzir o abandono no Estado.
Fonte: Secom