A implementação do árbitro de vídeo – ainda em formato experimental – em algumas das principais ligas do mundo, como a de Portugal, da Alemanha e da Itália, foi a maior inovação nas regras do futebol em 2017. Cercada de algumas polêmicas – a International Board reconheceu dificuldades no seu uso -, a ferramenta já foi decisiva no Mundial de Clubes e na Libertadores. Para Coronel Marinho, presidente da comissão de arbitragem brasileira, o VAR é importante, mas não é simples de implementar no Brasileirão.
Quando questionado sobre porque o futebol brasileiro ainda não conta com o árbitro de vídeo, o Coronel disse que falta a aprovação dos clubes para iniciar o campeonato de 2018 já com a inovação.
– Com relação ao árbitro de vídeo, não é um processo tão fácil de implementar. Nós começamos o projeto, estamos caminhando com ele, participando ativamente com experimentos, com os cursos de habilitação dos árbitros, temos em torno de 66 árbitros habilitados e mais seis internacionais, que participaram de diversos cursos da Fifa e da Conmebol. Estamos aguardando o ano que vem, quando tem o conselho técnico, os clubes aprovarem o árbitro de vídeo na série A. Já existe hoje a concorrência privada da CBF, com relação as empresas, tem uma proposta comercial para colocar de forma efetiva essa ferramenta. Esse processo está em andamento, mas depende muito do que vai acontecer no conselho técnico em fevereiro. Aí, já teria a empresa que seria contratada para fazer alguns experimentos antes, mas já pretendemos na primeira rodada ter condição de fazer os dez jogos – afirmou, em entrevista ao “Seleção SporTV”.
O presidente da comissão de arbitragem também ressaltou como o VAR foi bem recebido pelos árbitros que passaram pelos cursos de habilitação.
– No treinamento que fizemos com todos esses grupos, todos gostaram. Porque quando você começa a pegar o mecanismo da coisa, como que a coisa se desenvolve, não vai ser uma bengala. Há um respeito e há limites, isso está no manual, há limites para quando deve haver interferência do árbitro de vídeo. Então, com o treinamento, nós vimos que realmente é uma ferramenta importante, que vai decidir lances que passam despercebidos dentro do campo. Vai ajudar a legitimar o resultado de uma partida – disse.
Para o comentarista de arbitragem Leonardo Gaciba, da TV Globo, o investimento no VAR é bom, mas no momento errado. Segundo o ex-árbitro, a profissionalização da função deveria ser a prioridade.
– A arbitragem brasileira não vai ter um pulo de qualidade monstruoso de um ano para o outro enquanto não for profissional. Essa é a grande solução e o grande pulo de qualidade que vamos dar. Entrando na questão do árbitro de vídeo, eu sou a favor do árbitro de vídeo, mas acho que por enquanto é comprar Ferrari sem ter casa. O investimento no árbitro de vídeo daria para profissionalizar todo quadro brasileiro. Os profissionais poderiam se dedicar 24 horas à arbitragem e ter uma melhora no seu rendimento. Essa seria a grande solução – opinou.
Fonte: Sportv.com