Produtores investem em melhoria genética (Foto: Lena Mendonça / Rádio CBN)
Os produtores rurais estão investindo em tecnologia de melhoramento genético para aumentar a produtividade dos rebanhos de corte e leiteiro em Nova Mamoré (RO), que atualmente é a segunda maior potência do estado com aproximadamente 700 mil bovinos, segundo aponta o 43º relatório de vacinação contra a febre aftosa feito de outubro a novembro deste ano pela Agência de Defesa Sanitária Agrossilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron).
De acordo com a Empresa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO), nos últimos cinco anos os produtores têm investido no melhoramento genético dos animais através de inseminação artificial, produção de alimentos e controle mais rigoroso da qualidade da carne e do leite produzido.
Anualmente são acompanhadas mais de 800 famílias que vivem dessas duas atividades agropecuárias. O cruzamento genético com melhores embriões aumenta a produtividade da carne e do leite, levando em consideração que os animais criados são de alto rendimento.
O 43º levantamento feito pelo Idaron diz que Rondônia tem mais de 14 milhões de cabeças de gado, sendo que 73,37% são de corte e 99,95% foram vacinados dentro do prazo. Nova Mamoré perde apenas para a capital Porto Velho em quantidade de rebanho de corte e apenas para a cidade de Jaru (RO) no que diz respeito à produção leiteira.
Nova manoré é um dos municípios com maior rebanho do estado (Foto: Lena Mendonça / Rádio CBN)
Acompanhamento da Emater-RO
O gerente da Emater em Nova Mamoré, Edinaldo França, afirma que o órgão faz todo o acompanhamento das atividades, desde a criação dos animais até os testes de qualidade através da extensão rural, que é feita dentro das propriedades junto com o produtor. O leite produzido em Nova Mamoré está entre os melhores produzidos no estado em termos de qualidade.
O preço do leite varia, mas em média custa R$ 0,85 por litro (preço vendido diretamente do produtor para os laticínios). Por dia são produzidos aproximadamente 130 mil litros de leite, mas a expectativa é que até o final de 2018 a produção chegue a 200 mil, o que tornaria a cidade a maior produtora do estado, superando Jaru (RO), que atualmente lidera o setor.
?Com a extensão rural, vamos até o local às 4h, verificamos todo o procedimento e damos orientações de melhorias, higienização, análises técnicas e controle de doenças. Hoje temos um dos maiores rebanhos de bovinos, mas o foco é liderar a produção e também a qualidade dos produtos. Também temos capacitações e projetos, tudo para melhorar a vida do trabalhador rural?, declarou o servidor.
Município é o segundo na produção leiteira no estado (Foto: Lena Mendonça / Rádio CBN)
Produtores
O produtor leiteiro Hugo Rocha, trabalha no ramo desde 1999 e investiu no melhoramento genético para aumentar a produtividade. Atualmente com 126 animais, ele conta que aos poucos a tecnologia está sendo introduzida no mercado e tende a facilitar o trabalho de quem vive do leite.
?O cruzamento genético proporciona um rebanho de alto rendimento, que vai produzir mais. Antigamente era feito apenas o cruzamento normal de animal com animal, mas com o passar do tempo a cabeça dos produtores foi mudando e hoje muitos investem na inseminação artificial. 50% do meu rebanho é de inseminação, modificado geneticamente, tudo com acompanhamento técnico e legal?, comenta Hugo.
Já o produtor Antônio Cristimar Sampaio mexe apenas com gados de corte e conta que o uso da tecnologia é primordial para qualquer negócio. Com várias propriedades rurais e um grande rebanho, ele conta que o controle da alimentação, criação e vacina são feitos rigorosamente em dia.
?Investi na melhora genética dos bovinos e consegui reduzir o tempo de abate dos animais, que está em média nos 24 meses. Tenho um número expressivo de abates, mas o mercado exige novas adaptações e saídas para driblar as dificuldades, por isso é importante estar atento ao que se tem de melhor ao nosso alcance?,
Economia de Nova Mamoré, RO, gira em torno da agropecuária (Foto: Lena Mendonça / Rádio CBN)
Economia e geração de empregos
Procurado pelo G1, o atual prefeito de Nova Mamoré, Claudionor Leme (PDT), falou sobre a economia local e questão de empregos formais e informais, que ainda é baixo em relação à expectativa criada no mercado local.
?Nossa maior dificuldade é transformar essa quantidade de rebanho e produção em empregos para as pessoas daqui, pois ainda não temos frigoríficos e laticínios de grande porte dentro do município, ou seja, se houvesse a industrialização dos produtos agropecuários aqui mesmo ia gerar mais renda e trabalhos formais?, diz.
Segundo ele, os dados oficiais da prefeitura mostram que são cerca de 1,4 mil propriedades que trabalham direta ou indiretamente nos dois ramos, o que faz com que a economia do município gire principalmente em torno do agronegócio.
?São muitas propriedades trabalhando com isso e acaba movimentando a cidade, fazendo circular dinheiro. Metade da nossa população mora no campo e nossa economia está ligada à produção rural. A economia no passado girou em torno do garimpo, madeira, depois veio a agricultura familiar e agora se baseia nos rebanhos de corte e leiteiro, além disso a agricultura mecanizada vem ganhando força e pode se tornar um grande negócio também?, analisou o prefeito.