O ministro da Defesa, Raul Jungmann disse que iria passar o réveillon em Natal em solidariedade aos militares que vão deixar suas famílias para vir a capital. O ministro anunciou que as Forças Armadas irão para as ruas no Rio Grande do Norte já nesta sexta-feira. Será publicado ainda nesta tarde um decreto do presidente Michel Temer de uma ação de Garantia de Lei e Ordem (GLO) por 15 dias. Segundo Jungmann, nesta tarde 500 homens das Forças Armadas já devem atuar no patrulhamento das ruas das regiões metropolitanas de Natal e Mossoró.
Jungmann informou que em 48 horas o número de militares no Rio Grande do Norte chegará a 2 mil. Ele informou que decidiu ir para Natal neste sábado e que passará o Réveillon na cidade como demonstração de solidariedade aos militares que participarão da operação.
“Pretendo me deslocar para Natal. Deverei fazê-lo amanhã cedo, para diretamente tomar conhecimento e participar das atividades de planejamento e coordenação. Mas quero informar que decidi permanecer em Natal durante o Réveillon. Esse é um gesto simbólico de solidariedade àqueles rapazes que vão deixar suas famílias, suas esposas, seus filhos. Esses rapazes que ganham mal tem compromisso com o Brasil, com a vida das pessoas. Eles vão garantir, inclusive, a vida dos familiares dos policiais que se encontram aquartelados. Eles estão do lado de um Brasil que quer ordem, respeito e compromisso”, afirmou o ministro.
Ele criticou o fato de policiais militares do RN estarem aquartelados por falta de pagamento. Ele disse reconhecer que há uma responsabilidade do estado pelo atraso, mas cobrou compromisso dos policiais com o juramento feito ao entrar na corporação.
“Temos que fazer uma discussão se forças policiais podem ou não fazer greve. Pela lei não pode, mas na prática fazem e colocam a comunidade numa situação de vulnerabilidade e medo. Entendemos as necessidades e vicissitudes e a situação de quem fica sem salário para sobreviver. Há uma responsabilidade dos estados, mas lei é lei e tem de ser cumprida”, disse Jungmann.
Jungmann afirmou que a GLO poderá ser prorrogada se tiver necessidade. Reiterou que as Forças Armadas só deixarão o estado quando a segurança estiver restabelecida. Afirmou que as Forças Armadas vão agir com rigor contra o crime enquanto estiverem no local.
“Quero mandar um recado aos criminosos. Seremos, dentro da lei, mas seremos implacáveis na repressão de delitos. Sempre observando direitos humanos e a lei, mas vamos reprimir aquele e àquela que queira agredir à comunidade”, afirmou.