Rodrigo Janot despediu-se da Procuradoria-geral da República com aparentes derrotas.
O generoso acordo de delação com os irmãos Batista, da JBS, mostrou-se eivado de suspeitas e erros, e o próprio Janot acabou por requerer a rescisão da delação.
O ex-procurador Marcelo Milliet foi ainda acusado de ter manipulado a delação em benefício dos Batista. Janot pediu, então, a prisão do ex-colaborador.
As duas denúncias contra Michel Temer (aqui e aqui), motivadas pelas gravações de Joesley, foram rejeitadas pela Câmara.
Às vésperas de transmitir o cargo a Raquel Dodge, sua desafeta, Janot apresentou a denúncia relativa ao quadrilhão ? que detalhou o protagonismo de Lula e Dilma no saque à Petrobras e no favorecimento ao PT e aliados. Foi uma denúncia fundamental, mas atrasada em cerca de um ano.
Janot não foi capaz de enterrar a Lava Jato, mas os seus erros e omissões certamente causaram prejuízos à Operação.
As suas derrotas podem ser consideradas aparentes, porque as flechas de Janot permanecem envenenando os seus alvos. Irão matá-los?