Leitura: Evangelho de Mateus 8:18-22
Duas pessoas querem seguir a Jesus: um escriba, que era um entendido da lei e da religião judaica, e um discípulo. Provavelmente eles tenham ficado entusiasmados com todos os milagres e curas que viram e queriam estar sempre ao lado de Jesus. O primeiro diz: “Mestre, eu te seguirei por onde quer que fores”.
Veja bem, ele está afirmando, não está perguntando se pode, algo como “Posso seguir você?”. Também não está expressando um desejo do tipo “Quero seguir você”. Não, ele está dizendo que vai segui-lo. “Eu te seguirei por onde quer que fores”. Não seria isso excesso de autoconfiança? Creio que sim.
Considerando que nunca mais vamos ouvir falar desse escriba nos evangelhos, é provável que toda aquela disposição tenha morrido literalmente na praia. Sim, eles estavam à beira do Mar da Galiléia.
A autoconfiança é muito valorizada em nossa sociedade, mas Deus abomina isso por trazer em seu bojo coisas como independência, auto-suficiência, e vontade própria. No capítulo 15 do evangelho de João Jesus diz: “Sem mim vocês não podem fazer coisa alguma”, e o apóstolo Paulo acrescenta: “É Deus quem opera em vocês tanto o querer quanto o realizar”.
Portanto, nas coisas de Deus, tudo o que começa com “auto” está fora: auto-confiança, auto-determinação, auto-ajuda, auto-suficiência e por aí vai.
Jesus mostra ao escriba que ele não tem idéia do que está pedindo. Seguir a Jesus é despachar a bagagem para o céu e viver aqui na expectativa do embarque. As raposas podiam ter sua toca e as aves os seus ninhos, mas para Jesus este mundo não era uma morada definitiva e nem um lugar de descanso. Tampouco é este o destino final do cristão ou um lugar para se acomodar.
O outro homem quer seguir a Jesus, mas tem outra prioridade. “Deixa-me ir PRIMEIRO sepultar meu pai”. Seu problema estava na prioridade, na palavra “primeiro”. Jesus pede que o discípulo o siga e que deixe os mortos sepultarem os mortos.
Além da lição sobre prioridades ele ensinou a ele outra coisa: neste mundo há duas classes de pessoas, os que estão ocupado com aquele que dá vida e os que se ocupam com as coisas mortas.
Qual daqueles dois homens é você? O escriba auto-confiante que espera uma vida fácil seguindo a Jesus, ou é o homem cuja prioridade era outra e não Jesus? As intenções podem ser boas, mas é preciso entender que Jesus deve ser o começo, meio e fim da vida do cristão. Deve ser o motivo e o objetivo. Não é com auto-confiança que você segue a Jesus, mas com a confiança que vem do alto.
Caso contrário, basta vir um temporal e… bem, este é o assunto dos próximos 3 minutos.