Coelho disputa a sua primeira Copinha como técnico do Corinthians
Foto: Rodrigo Coca/Ag.Corinthians
Ex-lateral-direito do Corinthians, Dyego Coelho, formado nas categorias de base do clube, encara a sua primeira Copa São Paulo de Futebol Júnior como treinador a partir desta quinta-feira. À frente do Sub-20 alvinegro há quase um ano, o comandante conversou com a reportagem do Meu Timão e, dentre outros assuntos, falou sobre a sua transição profissional, a cobrança da Fiel, a expectativa para o torneio e as lições que aprendeu na última temporada.
“Não é fácil, é uma transição muito forte, mas você acaba se adaptando durante o ano. Já tivemos algumas competições, o trabalho é muito forte aqui dentro do clube. A gente tem uma lacuna de gerações onde temos de trabalhar dobrado, até triplicado para tentar formar uma equipe que tenha a cara de luta do Corinthians”, iniciou o treinador, por telefone, direto de Araraquara, cidade sede do Timãozinho.
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Após pendurar as chuteiras em 2014, Coelho desembarcou no Parque São Jorge para exercer a função de captador da base. No ano seguinte, se tornou auxiliar do técnico Osmar Loss – hoje auxiliar de Carille -, e permaneceu no cargo até a conquista do decacampeonato corinthiano na Copinha, em 2017.
“Me sinto hoje muito melhor do que no início do ano quando tive essa oportunidade. É ter tranquilidade, passar isso para eles, esse é o nosso grande trabalho. É um campeonato que realmente traz um pouco de pressão pelo histórico do Corinthians. Com muito trabalho a gente consegue ter essa tranquilidade, porque confiamos muito no que fazemos. É por aí que a gente começa a fazer a transição e hoje estou um pouco mais adaptado”.
Liderado por Dyego Coelho, o Corinthians estreia na Copinha diante do Corumbaense, do Mato Grosso do Sul, às 21h30, na Arena Fonte Luminosa.
Confira a entrevista completa com o técnico do Timãozinho
Cobrança da torcida
Ela é sempre positiva. O que eu passo para os jogadores e para o departamento há muitos anos é que a competição só faz bem para eles e estar ao lado da torcida é a melhor coisa do mundo. Eles vão para nos apoiar, para conhecer os garotos, é positiva essa pressão. É muito gostoso de sentir, principalmente numa competição como essa, então é dessa maneira que eles encaram, que a gente passa para eles. A torcida não vai lá para criticá-los, muito pelo contrário. Vão para apoiar porque esses jogadores são o futuro, não tem para onde fugir. A gente procura passar isso para eles e eles têm uma boa leitura sobre isso.
Aprendizados de 2017
Olha, eu aprendi muita coisa, principalmente. A gente teve algumas dificuldades, fundamentalmente com elenco, alguns resultados também. Mas a maior lição que eu levo é que você não pode desistir nunca daquilo que sonha. Essa Copa São Paulo já estava marcada muito antes de eu assumir, e isso era um sonho que eu tinha, de assumir o clube de coração, onde fui criado, ajudar esses meninos… E eu entendi uma coisa: não basta só vencer, e vencer de qualquer maneira também não é importante na categoria de base. Vencer por vencer não leva um menino a ser um grande jogador; a ser olhado com outros olhos pelo Carille.
Tem que se vencer com alguns princípios de vida e de futebol. Esses meninos me ensinaram algumas coisas, principalmente nas derrotas que tivemos, e ficar muito mais forte porque a gente sabe que, com o trabalho que a gente tem, mesmo com as críticas, está todo mundo confiando. Sabemos que quanto mais tomamos porrada, e não importa quanto, o importante é entender e aguentar o quanto de porrada levamos. Mais uma vez eles estão focados, nós estamos todos juntos, porque estamos vendo uma oportunidade, um clima e um ambiente completamente diferente do que foi o ano passado.
Trabalho de adaptação entre os atletas experientes e os de primeira viagem
Foi difícil. O trabalho continua porque os jogadores do ano passado titulares são só três. É uma reformulação muito grande. Tem alguns que estavam no elenco, mas não jogaram fervorosamente. É realmente uma dificuldade bem grande de formular esse tipo de elenco, que tem jogadores novos que vieram de outras equipes. Porque eles precisam ter uma consciência que esses jogadores que estão aqui há mais tempo são o alicerce. Eles precisam se adaptar mais rápido, os jogadores que estão há mais tempo no clube precisam ajudá-los, entender o que é essa competição para a gente não ter nenhum tipo de problema.
Expectativas dos jogadores para Copinha
Eu vejo que, principalmente aqueles que estão há mais tempo aqui, os olhos brilham. Em ter a chance da vida mais uma vez batendo na porta. É um campeonato completamente diferente de tudo o que nós passamos em 2017, eles estão completamente diferentes. Eles percebem que isso é mais que importante para eles. Vejo uma responsabilidade positiva na cabeça deles, uma coragem, uma vontade grande de começar logo, para realmente mostrarem o trabalho deles, porque foi um ano sofrido, e estou vendo que neste ano é diferente por conta deles. Vejo muita força em querer, mais uma vez, fazer uma boa Copa São Paulo. Não só por eles, mas pelos familiares, por tudo o que está envolvendo esse começo de ano para eles.
Principal objetivo do Corinthians na Copinha 2018
É muito difícil, às vezes a gente precisa fazer bem para os outros. São meninos que precisam de orientação e ajuda. Tudo é consequência se você ganha. Infelizmente neste país, se tratando de futebol, se você ganha é o melhor e se perde é o pior, ninguém quer saber do seu potencial. Não só a torcida, mas todo mundo precisa entender: o prazer hoje do Dyego Coelho sendo treinador é ver esse meninos daqui a três, quatro anos jogando em alto nível. Assim como já vi Maycon, Léo Santos, Arana, Malcom, jogadores que a gente fez parte da criação aqui dentro. Isso não tem preço.
O nosso objetivo é esse. Se vai ganhar ou não é outra história, mas se a gente formar homens de caráter aqui dentro já estamos meio caminho andado. Essa é a minha realização, o meu dever, é o meu sonho. Ver o Pedrinho entrando num jogo, a torcida pedindo o Carlinhos… É uma realização tão boa, gostosa, que acho que ninguém tem essa noção do quão isso é gratificante para gente.
O que a torcida pode esperar do Timãozinho?
Muita luta. É uma marca que eu procuro implantar porque a gente sabe que o Corinthians foi campeão brasileiro não tendo o melhor time, na Copa São Paulo também. É muita determinação. Se entregar porque aqui é assim. Às vezes, tecnicamente, a gente não vai bem, então temos que nos entregar ao máximo. E é isso que esses meninos estão me mostrando, é isso que eles querem independente do time adversário, e a gente vai lutar até o final, independente também do resultado.
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