O governador Geraldo Alckmin assinou, nesta sexta-feira (5), a autorização para as obras de reversão das águas do Rio Itapanhaú para o Sistema Produtor Alto Tietê. A medida proporciona grande benefício aos moradores da capital e da Região Metropolitana de São Paulo, pois permitirá bombear, em média, dois mil litros de água por segundo para aumentar a segurança hídrica.
Em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, representantes das regiões beneficiadas foram recebidos pelo governador Geraldo Alckmin, que destacou a importância da iniciativa. ?A obra é extremamente importante para o Alto Tietê e Grande São Paulo, que terão mais água disponível. Assinamos hoje o contrato, que obteve mais de 40% de desconto. É uma grande conquista?, ressaltou Alckmin.
O investimento na obra, que deve gerar 1.070 empregos diretos e indiretos, é de R$ 91,7 milhões. ?Serão 8,5 km de adutoras, com oito bombas. A água ofertada será puríssima, originada de uma região belíssima, na Serra do Mar. A projeção é de que as obras comecem em 60 dias?, completou o governador Geraldo Alckmin.
Por meio de uma estrutura de bombeamento no ribeirão Sertãozinho, um formador do Rio Itapanhaú, a água captada do ribeirão será transferida por tubulação até o reservatório Biritiba-Mirim, que faz parte do Sistema Alto Tietê. Dessa forma, a Sabesp terá mais água à disposição para tratar e distribuir às casas, comércios e indústrias.
Interligação
O bombeamento das águas do Itapanhaú beneficiará diretamente cerca de 4,5 milhões de moradores que são abastecidos pelo Sistema Alto Tietê e, indiretamente, cerca de 21 milhões de pessoas que moram e trabalham na capital e Grande São Paulo, já que a Sabesp possui um sistema interligado e que pode realizar manobras operacionais no aproveitamento dessa água nova.
A captação de água do Itapanhaú será de dois mil litros por segundo na média anual, respeitando a outorga definida e a disponibilidade hídrica da bacia. Essa vazão equivale ao consumo de 600 mil pessoas.
O modelo de captação escolhido pela Sabesp para a intervenção é semelhante ao usado em Nova York (The Catskill Aqueduct). Há pelo menos 150 anos, a água que abastece os nova-iorquinos vem das montanhas que ficam a cerca de 160 quilômetros da cidade.
A água tem qualidade superior, uma vez que os rios praticamente não sofrem impacto da ação humana. O mesmo acontece com a água que será captada do Rio Itapanhaú. A obra se soma a outras duas construções já em conclusão para aumentar a segurança hídrica e a oferta de água da capital e da Grande São Paulo.
O novo Sistema São Lourenço vai produzir 6,4 mil litros por segundo de água para abastecer cerca de dois milhões de pessoas. Já a interligação Jaguari-Atibainha permitirá bombear 5,13 mil litros por segundo, em média, de águas do Vale do Paraíba para o Sistema Cantareira. A obra funcionará também no sentido inverso, quando necessário, com o objetivo de aumentar o estoque de água disponível nas represas.