Aos 18 minutos do primeiro tempo da partida contra o Grêmio Novorizontino, na última segunda-feira (8), Walison Madalena sentiu um peso sair de suas costas. Após receber lançamento de Gabriel Calabres, o atacante santista avançou na área em velocidade, driblou o goleiro e bateu rasteiro para abrir o placar da vitória por 3 a 1 e balançar as redes pela primeira vez na Copinha 2018. Depois de desencantar, o garoto que leva consigo o nome de sua cidade quer embalar na competição por uma chance no time principal.
Titular também nas duas primeiras partidas do campeonato, nas vitórias por 3 a 0 sobre América-RN e Aliança AFC-CE, respectivamente, Walison Madalena tentou de todas as formas ajudar o Peixe com um gol, mas o primeiro tento do atacante estava guardado para a última rodada da primeira fase. Após converter, o jovem de 19 anos extravasou sua alegria com os companheiros e demonstrou muita gratidão por vestir o uniforme do Alvinegro Praiano.
“Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pela oportunidade de jogar em um clube grande como o Santos FC. Eu estava tentando fazer um gol desde o primeiro jogo, mas ainda não tinha recebido uma bola como recebi do Calabres e agora acabei conseguindo fazer um gol. Dá vontade de correr, gritar, pular, tirar a camisa. É uma honra que não tem preço, dinheiro no mundo não paga a hora que você faz um gol”, disse o garoto com um sorriso sincero.
No Sub-20 santista desde maio do ano passado, Walison sofreu uma fratura de escafóide na mão direita e foi submetido a um procedimento cirúrgico. Após quatro meses afastado dos gramados, o atleta fez seu primeiro jogo oficial após a lesão na abertura da Copinha. Antes do Peixe, o garoto teve passagens pelo Tiradentes-CE, onde jogou uma Copinha e fez partidas na equipe profissional, e pelo time de juniores do Figueirense, que também participou da Copa São Paulo 2017.
Emocionado, Walison Madalena comemora seu primeiro gol na Copinha 2018 (Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/SantosFC)
Hoje, homem de referência no ataque do técnico Aarão Alves, o camisa 9 explica que valeu a pena sair do time principal do Tiradentes-CE para se arriscar no Sub-20 dos Meninos da Vila. “Vale a pena, o Santos FC é um time que a gente tenta dar o seu melhor para subir ao profissional. Lá (Ceará) a condição não era muito boa, e aqui tem condição de tudo, campo bom, bola boa. Lá não era assim. Eu fiz a escolha certa. Espero um dia ter uma oportunidade no profissional e ser muito feliz”.
Menino simples, criado no sertão, Walison nasceu e cresceu na cidade de Madalena, município de 20 mil habitantes do Estado do Ceará. Com fortes raízes nordestinas, o atleta carrega consigo o nome de sua cidade e não abre mão dela nem na hora de ter seu nome anunciado nos alto-falantes dos estádios.
“É um orgulho que tenho. Todos os jogadores que saíram da minha cidade não quiseram levar o nome de Madalena. Eu falei não, “serei o único cara que vou levar e ter orgulho”. Quero que as pessoas me chamem de Madalena. Minha cidade é pequena, humilde, mas todo jogo (do Santos FC) tem telão na praça. Por isso levo o nome dela. Quando chego lá (em Madalena), minha família e amigos me procuram, é uma coisa boa, não tem explicação”.
Agora, após marcar seu primeiro gol pelo Peixe na Copinha 2018, Madalena se sente leve e mais confiante para os desafios que estão por vir. “A confiança vai lá em cima. Já entro no próximo jogo sabendo que posso fazer outro gol. Sou grato pela confiança do professor Aarão. Espero que a gente consiga ganhar a próxima partida e passar de fase”.
Pela segunda fase da Copinha, o Peixe enfrenta o Mirassol às 21 horas desta quinta-feira (11), no Estádio Dr. Jorge Ismael de Biasi, em Novo Horizonte. E entrada é gratuita.
Fotos: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/SantosFC