Estádio lotado, times de qualidade, grandes espetáculos e fins de semana inesquecíveis. Para quem viveu a década de 90, isso era uma rotina comum para os frequentadores do Maracanã.
Já no primeiro clássico de 2018, a realidade bateu à porta. Com o Mário Filho deserto, Botafogo e Fluminense protagonizaram um show de horrores e externaram todas as dificuldades que viveremos na temporada que apenas se inicia.
Nada diferente de um 0 a 0 poderia ser esperado por quem sofreu durante 90 minutos ao assistir essa grande pelada. Com muitos erros de passe, jogo truncado no meio e pouquíssimas chances de gol, o futebol carioca viveu mais um dos muitos dias recentes a serem apagados da memória.
Quanto ao Alvinegro, que é o que nos interessa, a preocupação só aumentou em relação ao jogo de estréia; mesmo diante de um dos piores esquadrões já montados pelo rival, nossa equipe sequer criou chances que nos dessem alguma esperança de sair com os 3 pontos.
Mais do que qualidade técnica, hoje faltou culhões. Ninguém chamou a responsabilidade ofensiva, todos pareciam muito confortáveis com o empate. O jogo propositivo, tão falado por Felipe Conceição, ainda não deu as caras. Arrisco dizer que o time conseguiu piorar seu desempenho.
Vitor Silva / SSPress
Para o Botafogo, até aqui, está faltando bola
Sabemos que ainda é início de temporada, o time está desentrosado e sem ritmo de jogo, mas já olhamos para o horizonte com o semblante preocupado com o futuro. O Carioca pouco importa, mas as competições mais importantes, daqui a algumas semanas, já começam a se aproximar.
O Clássico Vovô, outrora tão esperado, dessa vez esteve debilitado. Com o futebol carioca doente e falido, nossas perspectivas encolhem cada dia mais. A FFERJ, que não está nem um pouco preocupada, segue sugando nosso dinheiro e organizando um campeonato medíocre e sem apelo. Ao torcedor, resta a agonia de ver nosso futebol morrer.
Notas
Jéfferson: 7
Três ou quatro ótimas intervenções. Com a sequência, irá recuperar a excelente forma que sempre exibiu.
Arnaldo: 4
Facilmente driblado por todos os tricolores que caíram pelo seu lado. Uma avenida na defesa enquanto pouco pisou no campo de ataque.
Marcelo: 6
Um pouco menos seguro que Carli, embora não tenha cometido nenhum erro mais grave.
Igor Rabello: 6,5
Comandou a defesa e, aos trancos e barrancos, ajudou a evitar uma derrota.
Gilson: 4
Menos pior que Arnaldo na defesa, mas irritou com passes errados e jogadas sem sentido no campo de ataque. Desatento nas bolas aéreas.
Matheus Fernandes: 5
Não impôs o ritmo que me acostumei a ver na base. Ainda não desempenhou nem 70% do seu potencial. Lento na saída de bola, errou alguns passes bobos.
João Paulo: 7
O único que parecia interessado no jogo. Marcou com intensidade e tentou levar o time à frente. Teve ótima chance de cabeça, mas jogou pra fora.
Léo Valencia: 4
Desaparecido em campo. Nas pouquíssimas vezes em que apareceu, prendeu demais a bola. Até aqui, não chegou nem perto de justificar o investimento feito em seu futebol.
Luiz Fernando: 5
Ainda muito tímido. Não se soltou, errou passes e não foi produtivo. Precisa de tempo para adaptação à nova vida em time grande.
Rodrigo Pimpão: 4,5
Bem na parte tática defensiva, mas desastroso no campo de ataque. Perdeu nossa melhor chance ao errar de maneira bisonha um chute de primeira.
Brenner: 5
Com o time longe da área, suas fraquezas aparecem mais. Brigou com a bola em alguns momentos, mostrando estar ainda muito fora de forma. De positivo, uma pequena melhora no jogo de pivô, além de uma boa enfiada de bola para Luiz Fernando.
Rodrigo Lindoso: 3,5
Entrou mal demais, totalmente fora de ritmo. Só bateu e errou passes.
Ezequiel: 5,5
Tentou jogadas individuais, mas sem muita efetividade. Com o time recuado, teve seu desempenho prejudicado.
Leandro Carvalho: 5,5
Em seu primeiro lance, deu bom drible e fez jogada perigosa pela linha de fundo. No restante do jogo, errou muitas jogadas individuais e irritou os companheiros. Vamos com calma, é mais um menino talentoso começando sua carreira em time grande.
Felipe Conceição: 4,5
Seu time ainda não mostrou quase nada de positivo. A personalidade para propôr o jogo e ter bom toque de bola ainda não existiu. Durante o jogo, demorou demais para mexer na parte ofensiva, chamando o Fluminense pra pressão no segundo-tempo. A bola aérea defensiva, desde a estreia, está um caos e precisa ser consertada para ontem. O cenário é preocupante, apesar de ainda ser cedo para conclusões.
Fonte: Blog Preto no Branco – Pedro Chilingue – ESPN FC