Governo do Estado investiu quase R$ 10 milhões no Programa do Leite Especial. (Foto: Julyane Galvão)
Voltado para atender crianças com intolerância a proteína do leite de vaca e alergias alimentares, somente em 2017, o Programa do Leite Especial recebeu R$ 9.982.882,60 em investimentos – foram mais de 67 mil latas adquiridas. Atualmente, 1.100 pessoas estão cadastradas no Programa mantido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
“O investimento aumentou 47% desde 2005, quando empregamos mais de R$ 6,5 milhões para a compra das fórmulas. O Maranhão é um dos poucos estados brasileiros que garantem regularmente o fornecimento do leite especial às crianças”, enfatiza o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula.
Governo do Estado investiu quase R$ 10 milhões no Programa do Leite Especial. (Foto: Julyane Galvão)
A entrega do complemento alimentar é realizada, de segunda à sexta-feira, no Hospital Infantil Dr. Juvêncio Mattos, das 8h às 17h. No ano passado, foram quase 10 mil atendimentos feitos no local.
Segundo o coordenador do Programa do Leite Especial, João Marcos Bezerra, esse crescimento reflete o investimento que se faz também no atendimento especializado, o que garante mais diagnósticos. Para ter acesso ao benefício, as crianças passam por consultas com gastropediatras na Maternidade Marly Sarney, no Hospital Infantil Dr. Juvêncio Mattos ou no Hospital da Criança, este pertencente à rede de saúde do município de São Luís.
“O aumento de consultas repercutiu no número de pessoas beneficiadas pelo programa em todo o estado. Temos mais de 120 municípios atendidos. Mas esse aumento se deve também ao crescimento do programa. Com mais fórmulas oferecidas e com a certeza do atendimento, mais pessoas nos procuram”, analisou.
Garantia
O Programa do Leite Especial usa cinco tipos de leite de três formulas. A fórmula elementar (Neocate LCP e Neocate advance) é voltada para os casos mais graves, geralmente quando a criança entra no programa e está em crise ou alergias mais severas. A semielementar (Pregomin Pepti) é voltada para crianças alérgicas, mas que podem consumir outros alimentos. Já a fórmula de soja (Nan Soy e Aptamil Soja 2) serve a intolerâncias mais leves e quando o leite já não é a principal fonte de alimentação da criança.
O alto valor dos leites no mercado impede que muitas famílias possam adquirir o produto. As fórmulas especiais distribuídas gratuitamente pela SES custam, em média, mais de R$ 200. É o caso da autônoma Katiane Silva, de 33 anos, cuja filha Sarah Pyetra, de 4 anos, possui alergia alimentar severa e, por conta disso, ainda tem o leite como principal fonte de alimento. Se precisasse comprar no mercado, seria necessário desembolsar mais de R$ 2.200 por mês.
Governo do Estado investiu quase R$ 10 milhões no Programa do Leite Especial. (Foto: Julyane Galvão)
“O programa ajuda muito as famílias que não têm condições para adquirir o leite. Na farmácia é um valor alto e nem todo mundo tem. Cada criança precisa de mais de uma lata e acaba que é um valor que ultrapassa o próprio ganho da pessoa de quem mantém a casa. E não tem como abrir mão, é o que mantém a criança”, comentou a mãe.
Katiane Silva recebe, mensalmente, há três anos, latas do Neocate advance – atualmente, são 10 latas mensais, pois a filha tem alergia alimentar severa. Em época de crise, ela precisa se alimentar exclusivamente do leite que recebe.
“É muito preocupante para um pai. Passei por muita angústia. Como minha filha ia sobreviver sem poder comer? Entrei em desespero por causa do preço do leite, o programa ajuda muito nesse sentido. A gente fica mais despreocupada sabendo que tem um leite para alimentar o filho”, afirmou.
Programa
Após passar em consulta com um gastropediatra, comprovada a alergia/intolerância por meio de exames, o responsável pela criança é encaminhado à Secretaria de Estado da Saúde com a documentação necessária para dar entrada no Programa do Leite Especial. A criança receberá gratuitamente a quantidade prescrita pelo médico.
A entrega é feita sempre 30 dias após a primeira data de recebimento e o não comparecimento por três meses provoca o desligamento do programa. Atualmente, 1.100 pessoas estão cadastradas e 900 buscam efetivamente o produto – essa diferença ocorre porque muitos pais deixam de buscar o leite e não comunicam quando o leite deixa de ser fonte de alimento para a criança.
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