O melhor do mundo em campo e sua primeira decisão. Nunca que isso poderia acabar de forma comum, simples ou esquecível. Romário havia acabado de chegar ao Flamengo e estava diante do Botafogo e mais de 50 mil pessoas no Maracanã, naquele 23 de março de 1995.Recém-empossado Melhor do Mundo pela Fifa, o Baixinho sabia que era uma partida para deixar na memória da torcida. Sua participação foi um mistério por toda a semana. Romário havia feito uma intervenção no cotovelo e só teve sua escalação garantida um dia antes do jogo. O Flamengo foi a campo com Emerson, Fabinho, Agnaldo, Jorge Luís e Marcos Adriano; Charles, Marquinhos, Válber e William; Sávio (Nélio) e Romário. O técnico era Wanderley Luxemburgo. Do outro lado, um Botafogo que tinha a base que seria campeã brasileira naquele mesmo ano. Vágner, Gottardo, Túlio, Sergio Manoel, Beto… A promessa de ser um jogão foi cumprida à risca. Logo aos sete minutos, Romário deixou seu cartão de visitas. Bagunçou a zaga botafoguense e conseguiu um pênalti, que ele mesmo cobrou e abriu o placar. A Nação sentiu o momento e empurrou o time para cima dos rivais, que, acuados, só viam o Flamengo jogar. Aos 22, o Baixinho subiu mais alto que todo mundo e ampliou. Estava tudo dando certo. O ídolo do Botafogo, Túlio, foi expulso. Mas por incrível que pareça, os adversários cresceram na partida e empataram o jogo, com dois gols de Adriano, o segundo a 10 minutos do fim. Ainda tinham a vantagem do empate por terem tido melhor campanha. Os alvinegros ainda comemoravam o gol de empate quando Marcio Theodoro deu uma assistência para Romário e o Baixinho agradeceu. Vale explicar que Marcio era jogador do Botafogo e que ele falhou clamorosamente ao tentar recuar para Vágner. Romário, artilheiro nato, não perdoou. Flamengo 3×2, título garantido e um show do Rei do Rio.
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