A Comissão Externa sobre o Endividamento Agrícola da Câmara dos Deputados definiu nesta terça-feira (27) o cronograma de audiências públicas regionais. O roteiro começa em 26 de março, no Tocantins. Também serão realizadas reuniões de trabalho no Rio Grande do Sul, no Paraná, em Minas Gerais, no Espírito Santo, em Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul.
O coordenador da comissão, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), disse que a intenção é colher informações atualizadas sobre o volume da dívida agrícola nacional. Já o relator-geral da comissão, deputado Evandro Roman (PSD-PR), afirmou que as audiências públicas regionais vão demonstrar a necessidade de revisão das taxas de juros.
Além do levantamento detalhado do tamanho do passivo rural, os integrantes da comissão querem uma redefinição da política de juros. “Vamos propor um novo perfil para esta dívida. Nós temos produtores com contratos de 14%, de 8,75%. Mas, na verdade, ninguém consegue pagar uma conta com o juro do tamanho irreal. A ideia é trazermos isso tudo para um único percentual, alongando isso. O que, por si só, já reduz o tamanho dessa dívida”, justificou Goergen.
Evandro Roman, por sua vez, defendeu a elaboração de um plano agrícola e pecuário com diretrizes mais previsíveis e com planejamento mínimo de três anos, a exemplo do que ocorre em outros países, como nos Estados Unidos. Conhecida como Farm Bill, a legislação norte-americana tem validade de cinco anos.
Grupo interministerial
Jerônimo Goergen vai sugerir ao ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, a criação de um grupo interministerial para debater o endividamento agrícola. “Esse é um formato que vai nos ajudar a ganhar tempo. Ao invés de conversarmos individualmente com os ministros das áreas afins, poderemos fazer os encaminhamentos de forma unificada”, explicou o deputado.