O projeto Circuito Conhecendo a Caravana foi criado com o propósito de apresentar as opções de educação e entretenimento ao público infanto-juvenil dentro da Caravana da Transformação. E o que antes passava batido aos olhares das crianças, agora está contribuindo para a formação de cidadãos mais conscientes. Com roteiro em mão e na companhia dos professores, eles interagem, se divertem e participam de palestras em todos os estandes. Em dois dias (01 e 02 de março) aproximadamente 1.300 estudantes devem passar pelo local que sedia o projeto, na Cidade Universitária, em Cáceres.
“Alguns estandes chamam mais atenção, outros menos, mas possuem uma importância educacional na formação dessas crianças, como o Gabinete de Combate à Corrupção e o Instituto de Pesos e Medidas, que fala sobre a prevenção de acidentes domésticos. O circuito abarcou esses pontos que as crianças não tomam a iniciativa de visitar por conta própria, colocou-os no roteiro para que recebam as orientações, algum material educacional, tudo voltado para a formação delas”, explicou o tenente PM Lucas, coordenador do Circuito Cultural.
O resultado dessa imersão em conteúdos alheios à atenção da garotada está agradando ao público estudantil. A estudante Júlia Rocha, do 6º ano da Escola Estadual Demétrio Costa Pereira, de Cáceres, disse que está aprendendo coisas novas. “É muito legal, são assuntos sobre a documentação histórica do nosso Estado e da nossa cidade, sobre educação ambiental. Estou achando muito divertido e interessante”, disse a garota.
Entre os assuntos, alguns ela conseguiu tirar como ensinamentos para o para o dia a dia, como a corrupção. “A gente viu que poucas coisas que fazemos também são formas de corrupção. Tipo furar fila, colar na prova, então, aprende a não fazer”, alertou.
Amauri Alves, 10 anos, da Escola Gabriel Pinto de Arruda, além de achar uma iniciativa legal, destacou ter recebido um aprendizado relevante sobre economia. “Para sermos bons gestores, temos que saber lidar com o dinheiro, então temos que guardar e usá-lo com consciência sabendo da necessidade do momento”, afirmou o garoto.
A professora Silvana Zago, da Escola Demétrio Pereira disse que quando a unidade é convidada a fazer esse tipo de visitação, que para eles é uma aula em campo, proporciona a saída da rotina da sala de aula e contribui para o conhecimento dos estudantes. “Essa partilha, esses conhecimentos através de resultados práticos são muito válidos. A escola tem projetos nesse sentido para que assimilem melhor o conteúdo. Além de sair da rotina da sala de aula, é outra pessoa que transmite o conhecimento e aqui tem imagens. É sem dúvida uma aula na prática”, ponderou .
Na Escola Estadual Leopoldo Ambrósio Filho, segundo a professora Luciane Fermiano, os alunos não saem muito para atividades fora da unidade. “Embora a Caravana esteja perto, eles entenderam como um passeio e nós complementamos que é um passeio cultural, uma extensão fora da classe, onde podem estudar mais sobre princípios de cidadania, educação ambiental, de direito, coisas que são muito importantes. Está sendo um estudo multidisciplinar”, disse em agradecimento pela iniciativa.
O Circuito Cultural também privilegiou temas que atraem a garotada, como jogos e brincadeiras. Estandes com equipamentos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, e das inovações tecnológicas também caem no gosto deste público.
O Circuito é organizado em parcerias com as secretarias do Estado. Uma delas é a Secretaria de Estado de Educação, que faz o contato com as escolas. “Depois realizamos reuniões com os assessores pedagógicos, onde passamos as coordenadas do projeto e o cronograma a ser seguido nos estandes. É bem educacional”, explicou Camila Freitas, da coordenação do Circuito da Caravana.
Documentos históricos
A iniciativa do Circuito é também uma oportunidade para conhecer um pouco sobre Mato Grosso. A Secretaria de Gestão, por meio da Superintendência do Arquivo Público, trouxe a exposição “Mato Grosso em documentos”. A ideia é aproximar os alunos da história, principalmente para alertar sobre a importância de preservação da memória do estado de Mato Grosso.
“E para cada Caravana, a gente leva os documentos pertinentes à cidade, específico da região, que estão sobre a guarda do Arquivo Público do Estado. O trabalho ajuda a desmistificar a ideia de que arquivo só guarda papel, as pessoas não tem dimensão da importância deles. Aqui aprendem que não é a guarda de um papel simples, é a preservação da história deles, de seus antepassados e da sociedade da qual eles estão inseridos”, frisou a superintendente do Arquivo Público do Estado, Vanda da Silva.
A curiosidade dos alunos é percebida quando se deparam com letras diferentes, propagandas de época. “Eles começam a observar essa diferença e a importância do tempo que perlongam e eles as encontram. Um exemplo é a comunicação de uma carta do século XVIII que tem acesso aqui, que é muito diferente do whatsapp. Eles observam a diferença da escrita, mas a importância da comunicação independente do tempo”, pontuou a superintendente.