ETERNO PRESIDENTE! Bebeto de Freitas comandou o Botafogo entre 2003 e 2008 (Foto: Vítor Silva/SSPress/BFR)
Carlos Eduardo Sangenetto
13/03/2018
Rio de Janeiro (RJ)
Na tarde desta terça-feira, 13 de março, todos os botafoguenses foram pegos de surpresa com a morte de Bebeto de Freitas. Aos 68 anos de idade, o dirigente sofreu um infarto na Cidade do Galo, onde trabalhava como dirigente do Atlético-MG, e não resistiu, infelizmente, aos socorros. Pode não ter resistido hoje, mas lutou bravamente na presidência do Botafogo (2003-2008) contra as enormes dívidas deixadas pela gestão anterior e devolveu parte do orgulho alvinegro que vivemos nos dias atuais.
Pegou o clube no ano seguinte ao doloroso e inédito rebaixamento do Fogão para a Série B. Algumas vezes sem uniformes para a equipe entrar em campo, o ex-presidente liderou a revitalização do alçapão de Caio Martins para 15 mil pessoas e devolveu o time à elite do futebol brasileiro com a criação do “Botafogo no Coração“, um dos primeiros planos de sócio-torcedor do Brasil com preços populares já em 2003.
ELITE! Telão do Caio Martins anuncia retorno do Botafogo à Série A de 2004 (Foto: Reprodução/Rede Globo)
O Glorioso, ferido, vivia um jejum de títulos. Não conquistava um campeonato desde 1998, quando levantou o troféu do Torneio Rio São-Paulo. O grito de “é campeão” voltou a ser entoado em 2006, quando um desacreditado Botafogo faturou o Campeonato Carioca, comandado pelo artilheiro Dodô, num Maracanã em obras. Este também foi ano em que a diretoria de Bebeto fez a camisa alvinegra estampar um patrocínio master, o que não se via há quatro sombrias temporadas. O espaço do programa de sócios deu lugar ao anúncio da Supergasbras. O clube voltava a faturar.
O clube começava a se recuperar das ruínas e ganhar fôlego, mas faltava a torcida bater no peito estufado e se reafirmar botafoguense. Foi aí que chegou o ano de 2007, tão lembrado pelos alvinegros. Com grande competência, ao lado de Carlos Augusto Montenegro e Ricardo Rotenberg, montou o inesquecível “Carrossel Alvinegro“. Vivemos para ver o Fogão jogar o melhor futebol do país. Dentro de campo, no entanto, apenas o título da Taça Rio com o patrocínio da estatal Liquigás, outro grande feito de sua gestão. Mas o principal troféu de Bebeto foi, sem dúvida, a vitória no processo de licitação do atual Estádio Nilton Santos, em agosto. O Alvinegro, a partir daquela data, passou a ter uma casa olímpica para os próximos 20 anos. Nossa até hoje.
RESPEITO! Bebeto de Freitas soltou o verbo na frente da equipe do Botafogo após vice-campeonato do Carioca de 2008 para o Flamengo na sala de imprensa do Maracanã (Foto: Reprodução/SporTV)
É verdade que Bebeto, dono de uma personalidade forte (ou difícil para alguns), também arrumou inimizades, recebeu críticas no clube e antipatia da imprensa (chegou a desligar o telefone na cara de jornalista ao vivo e tudo), mas fez tudo isso por amor à Estrela Solitária. O cara além de “ser escolhido” era sobrinho de João Saldanha e primo de Heleno de Freitas, né? Isso explica muita coisa…
Fica aqui os sentimentos do FOGÃONET à família.
Valeu por tudo, Bebeto.