Sobrinho de João Saldanha, primo de Heleno de Freitas, ex-atleta do Botafogo e um torcedor apaixonado como poucos. Bebeto de Freitas teve uma relação muito forte com seu clube do coração. O amor o levou a candidatar-se à presidência, que exerceu de 2003 a 2008. Como dirigente, tem seu papel reconhecido no reerguimento do clube, mas suas convicções fortes acumularam conflitos. Ao fim, afastou-se da vida política do alvinegro. Bebeto faleceu na tarde desta terça-feira, na Cidade do Galo, em Vespasiano-MG.
Quatro dias após vencer as eleições no clube, em 2002, o Botafogo foi rebaixado para a Série B. Quando assumiu, já em janeiro seguinte, as dificuldades eram muitas. Faltavam jogadores com contrato em vigor. Naquele mesmo ano, sob o comando do técnico Levir Culpi, o time foi vice-campeão da segundona, vencida pelo Palmeiras, e voltou à elite. Quando saiu, deixou o Botafogo com a concessão do Estádio Olímpico João Havelange, hoje Nilton Santos. Faltaram, no entanto, títulos nacionais.
– O Botafogo teve momentos difíceis, mas talvez o principal foi o que ele fez em 2003. Ali, a gente estava no fundo do poço. Se não fosse ele, o clube entraria numa espiral descendente de vez – destacou o atual diretor geral de divisões de base do clube, Manoel Renha, que entrou na vida política de General Severiano com naquele ano. – Ele gostava muito do Botafogo. No pior momento, se colocou à disposição e não deixou o clube se apequenar, o que oderia ter acontecido.
Presidente do Conselho Deliberativo durante o primeiro mandato de Bebeto e vice-presidente no segundo, Marcos Portella é mais um a ressaltar as dificuldades daquele momento.
– É inegável que a passagem do Bebeto foi fundamental para o reerguimento do Botafogo. Ele pegou o clube na segunda divisão, sem lugar para treinar e entregou o clube na Série A e com o estádio mais moderno da América Latina – ressaltou Portella, que lamentou o afastamento de Bebeto da vida política do clube. – Ele não quis mais participar da vida do Botafogo, o que foi bom para que ele evitasse aborrecimentos, mas sua ausência não foi boa para o clube. Ele certamente será lembrado como um dos maiores presidentes do Botafogo.
Quatro dias após vencer as eleições, em 2002, o Botafogo foi rebaixado para a Série B. Quando assumiu, em janeiro seguinte, as dificuldades eram muitas. Faltavam até jogadores com contrato. No mesmo ano, sob o comando de Levir Culpi, o time foi vice-campeão da segundona e voltou à elite. Quando saiu, deixou o clube com a concessão do Estádio Olímpico João Havelange, hoje Nilton Santos. Faltaram, no entanto, títulos nacionais.
— O Botafogo teve momentos difíceis, mas talvez o principal foi o que ele fez em 2003. Ali, a gente estava no fundo do poço. Se não fosse ele, o clube entraria numa espiral descendente de vez — destacou o diretor da base do clube, Manoel Renha, que o acompanhou naquele ano.
Presidente do Conselho Deliberativo durante o primeiro mandato de Bebeto e vice-presidente no segundo, Marcos Portella ressaltou as dificuldades do período.
— Ele pegou o clube na segunda divisão, sem lugar para treinar e entregou o clube na Série A e com o estádio mais moderno da América Latina — ressaltou Portella, que lamentou o afastamento dele. — Ele não quis mais participar do Botafogo, mas sua ausência não foi boa para o clube. Certamente será lembrado como um dos maiores presidentes do Botafogo.
Da coluna 22 à renúncia
A advogada e economista Elena Landau frequentou a coluna 22 da arquibancada do Maracanã com Bebeto, de quem foi sócia na empresa de marketing esportivo EBP, que o aproximou do Atlético-MG, onde teve quatro passagens desde 1999.
— Quando ele voltou da Itália, depois de ter sido técnico da seleção, avisou: quero voltar para ser presidente do Botafogo. Ele tinha isso no sangue, uma paixão que eu nunca vi igual — relembrou Elena Landau, admitindo que, por divergências ao fim do primeiro mandato dele (2003-2005), acabaram se afastando.
Adversário político na primeira campanha de Bebeto, Carlos Augusto Montenegro se aproximaria e se afastaria do ex-jogador de vôlei ao longo dos anos.
— Ele era uma pessoa rara, às vezes radical e polêmica, mas sempre defendendo suas ideias, nunca teve algo que manchasse o seu nome — ressaltou Montenegro, que, ao Sportv, falou sobre as características que fizeram Bebeto bater de frente com antigos aliados. — Ele queria mudar tudo, mas a diplomacia nunca foi seu forte.
Homenagem
Bebeto anunciou uma renúncia em fevereiro de 2008, após a derrota para o Flamengo na Taça Rio, marcada pelo “chororô”. Cumpriu o mandato e, ao sair, emocionou-se. Nos anos seguintes, seria acusado até de não devolver um broche de brilhantes de clube. Em 2011, após ter as contas de 2008 rejeitadas, sua expulsão do quadro social foi anunciada, embora nunca tenha deixado ser sócio emérito.
— Era uma pessoa com convicções fortes, difícil de lidar — reforçou Renha. — Todo dirigente erra e acerta. O Bebeto acertou mais do que errou.
O Botafogo e o Atlético-MG decretaram luto de três dias. O Ministério do Esporte emitiu nota de pesar, e a CBV planeja homenagens na Superliga e no circuito de praia no domingo. Na Câmara do Rio, já se fala em rebatizar a Arena Carioca 1 com seu nome.
Fonte: O Globo Online