A morte de Bebeto de Freitas aos 68 anos tirou do esporte brasileiro uma de suas figuras mais importantes. Sua postura vanguardista incorporou métodos profissionais e conceitos inovadores ao vôlei e ajudou a transformá-lo no segundo esporte mais popular do país. Mas isso não foi feito sem resistência.
Idealista como um Dom Quixote, costumava dormir e acordar pensando em esporte e sua gestão. Mesmo vice-campeão olímpico com a seleção brasileira, não se furtou de fazer críticas ao que considerava desmandos dos cartolas à frente da Confederação Brasileira de Vôlei, em especial a Carlos Arthur Nuzman, seu antigo aliado.
O desconforto em relação ao autoritarismo virou raiva quando ele soube dos desvios e enriquecimentos, com os quais nunca concordou. Suas críticas incomodaram o sistema e, perdendo espaço no esporte, precisou deixar o país. Enquanto Nuzman transformava a seleção de vôlei em uma máquina de fazer dinheiro, Bebeto lutava para fazer do esporte um meio de inclusão social e democratizá-lo.
Morreu na terça-feira (13), vítima de uma parada cardíaca. Suas ideias e estilo irascível permanecerão marcados na história.
Fonte: UOL