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Mesmo diante de adversidades, o estudante A.S.G.J. de 18 anos, que cumpre medidas socioeducativas no complexo do Pomeri, conseguiu ser aprovado e matriculado na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), para o curso de bacharelado em Física para este ano letivo.
Para obter notas suficientes e ser alçado ao curso superior, o jovem aproveitou o Projeto Educar, da Secretaria de Educação, Esporte e Lazer (Seduc), que norteia as ações pedagógicas a serem desenvolvidas nas unidades escolares que atendem o estudante em cumprimento de medidas socioeducativas – a EE Meninos do Futuro.
Os obstáculos foram vencidos graças ao empenho do estudante que conseguiu superá-los demonstrando que, mesmo segregado dentro de um ambiente vulnerável, é possível obter notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e estudar numa universidade pública. Seu exemplo pode ser seguido pelos demais internos do Sistema socioeducativos.
A.S. chegou no ano passado ao Pomeri, quando aproveitou a chance de estudar, fazendo o teste no estágio inicial. Em seguida, passou pelo intermediário e seguiu para o avançado e pode aprimorar os conhecimentos. Com os estudos, o estudante acredita na oportunidade de um recomeço, repleto de inúmeras possibilidades.
Aos profissionais da escola, ao receber a notícia de aprovação no curso de bacharelado, o estudante chegou a admitir que estava surpreso em ter acesso ao ensino superior, mas adiantou que não vai desperdiçar a chance.
De acordo com A.S., os colegas também comemoraram e ele serviu de referência – os que estão no estágio avançado de estudo da EE Meninos do Futuro também almejam estudar numa universidade.
Os educadores citam a educação como um caminho de esperança e resgate, deixando um recado para a impossibilidade – tudo é possível. Eles lembram que desenvolvem um excelente trabalho com os estudantes da unidade, fatos comprovados com os resultados de aprovações no IFMT, UFMT e de premiações em concursos de redações.
No entendimento dos profissionais, o caso de A.S. deve ser um divisor de águas para dar início a esse processo, constituindo experiências e mudanças que apontem para novas direções para os adolescentes, dentro dos padrões sociais aceitos.
O secretário adjunto de Política Educacional da Seduc, Edinaldo Gomes de Sousa, acredita que a prática pedagógica deve criar condições efetivas para a construção de experiências significativas na vida dos diferentes atores sociais envolvidos no processo pedagógico.
“Com isso, atendendo de forma humana, solidária e fraterna todos os educandos que se encontram privados de liberdade. É nessa perspectiva que a Seduc desenvolve sua proposta pedagógica, pautada na educação inclusiva e de qualidade, a qual possibilita a transformação social”, destaca.