O senador Jorge Viana (PT-AC) defendeu nesta quinta-feira (22) em Plenário o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que, condenado em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), tem um pedido de habeas corpus preventivo em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal. Para Jorge Viana, presidente é vítima de perseguição por parte do Judiciário.
Jorge Viana afirmou o Brasil vive uma “crise institucional”. Para o senador, quem mereceria ser investigado são os magistrados que condenaram o ex-presidente.
— Tenho uma relação de respeito com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas vocês acham que esse Judiciário brasileiro tem coragem de fazer com o presidente Fernando Henrique o que está fazendo com o presidente Lula? Ele pagou, numa cooperativa, R$ 205 mil por um apartamento, desistiu do apartamento, nunca ocupou o apartamento — nunca!E um juiz de primeira instância, que deu todas as manifestações de mau uso da justiça e de perseguição com o presidente Lula, combinado com um tribunal regional de cartas marcadas… Se houvesse uma justiça séria no Brasil, [eles] iam ser objeto de investigação, eles, sim — disse Jorge Viana.
O senador disse que o Judiciário vive a sua pior crise. E que atende aos interesses dos invejosos, dos intolerantes, dos que não querem saber dos pobres — adversários de Lula.
— Alguém em sã consciência acha que é justo dar 12 anos de cadeia para alguém que fez tanto bem a este país. 12 anos e um mês por conta de ele ter tido a intenção de comprar um apartamento e não ter comprado. Isso aconteceria com algum membro do Judiciário? Com algum membro do Parlamento? Com algum membro do Executivo? Não. Neste mesmo país, se a pessoa tirar a vida de duas pessoas, matar dois na rua e for condenado a oito anos de cadeia, ele paga essa pena em liberdade — declarou Jorge Viana.
Chico Mendes
Jorge Viana também homenageou a cidade de Xapuri, em seu estado, pelo aniversário de fundação e lembrou que ela é conhecida como o berço da Revolução Acriana.
Jorge Viana destacou que nesse município nasceram personalidades como Chico Mendes, Armando Nogueira, Jarbas Passarinho, Adib Jatene e Jorge Kalume. E falou de sua relação com o ecologista e líder dos seringueiros, assassinado em 1988.
—Eu convivi com Chico Mendes, três dias antes do assassinato ele esteve comigo no meu trabalho, porque nós tínhamos um projeto e ele pegou a autorização para pegar um caminhão na empresa que estava fazendo a revisão e (foi) o primeiro caminhão para a cooperativa que ele dirigia lá em Xapuri, que ele liderava.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)