A relação com o esporte e o amor pelo futebol começou de forma espontânea. Naturalmente, Aline Pellegrino escreveu sua trajetória na Seleção Brasileira. Foram nove anos vestindo a amarelinha e muitas alegrias. Entre elas, a conquista do Sul-Americano de 2010, no Equador.
– Eu comecei como todos as meninas, jogando na rua com os meninos. Uma coisa diferente, é que eu nunca planejei de fato ser jogadora. Na verdade, eu tinha uma relação com o esporte no geral só que não me via como atleta. Minha carreira no futebol foi se desenvolvendo de uma maneira natural até chegar à Seleção.
No Sul-Americano, em 2010, dez equipes brigavam pela taça: Chile, Argentina, Equador, Bolívia, Peru, Colômbia, Paraguai, Uruguai, Venezuela e o Brasil, que pela primeira vez chegava pressionado para a disputa do torneio por ter perdido o título na edição anterior.
– Chegamos sob uma pressão muito grande por causa da derrota em 2006. Até então, a gente chegava para o torneio como atual campeão. Era muito complicado porque não se tratava só de conquistar o Sul-Americano, mas conseguir a vaga para os Jogos Olímpicos e para o Mundial, o que não aconteceu em 2006 já que tivemos que disputar a repescagem.
No caminho da Seleção, além da pressão pela conquista, estavam a altitude e uma expulsão no jogo decisivo da fase de grupos contra as colombianas.
– A altitude dificultou muito o nosso jogo. Lembro também do duelo contra a Colômbia. Quando a Rosana foi expulsa, nós sofremos bastante para manter o 2 a 1. Se a gente perde aquela partida, acho que as coisas seriam diferentes. Mas conseguimos nos superar e chegamos muito forte no quadrangular final.
Na fase final, Argentina, Colômbia e Chile viram de perto a força do futebol feminino brasileiro. Presente no grupo de 2006, a ex-zagueira deu a volta por cima em 2010 e, com a faixa de capitã durante toda a campanha, deixou as dificuldades para trás levando a Canarinho ao quinto título sul-americano com 100% de aproveitamento.
Coordenadora de futebol feminino da Federação Paulista, Aline Pellegrino agora acompanha a modalidade de outra maneira. Como gestora busca o desenvolvimento do esporte e como torcedora continua vibrando com a Seleção e promete que não vai perder a disputa do Brasil na Copa América por nada.
– Não adianta chegar achando que vai ser fácil porque não vai. Antigamente não se tinha muita cobrança, mas hoje elas já enfrentam essa pressão. As equipes sul-americanas estão se desenvolvendo bastante e acho que teremos grandes jogos, principalmente, contra Colômbia e Chile. E eu estarei na torcida como sempre – finalizou a ex-jogadora.
A Seleção Brasileira Feminina inicia na próxima quinta-feira (5), diante da Argentina, a disputa da Copa América do Chile. A equipe do técnico Vadão vai em busca do sétimo título da competição, antes conhecida como Sul-Americano. E, para relembrar as seis conquistas do Brasil (91, 95, 98, 2003, 2010 e 2014), o site da CBF conversou com personagens que fizeram parte da história da Canarinho no torneio.
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