Deputados alertaram nesta terça-feira (10) para a demora na liberação de recursos federais para a área de segurança no Rio de Janeiro. Existem atualmente 62 operações da Polícia Civil e das Forças Armadas paradas por falta de recursos, segundo informaram integrantes da comissão externa sobre a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro.
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Integrantes da comissão externa em reunião no Ministério da Defesa
Eles participaram de reunião no Ministério da Defesa com o interventor federal na Segurança do Rio de Janeiro, general Braga Netto, e o secretário de Segurança Pública, general Richard Nunes. Segundo os deputados, o orçamento de R$ 1,2 bilhão da União colocado à disposição do governo estadual para ações na segurança pública ainda está retido na Casa Civil, sem previsão para ser liberado.
“A informação do gabinete é que haviam 63 operações que estavam, até o início da intervenção, represadas por diversos motivos principalmente pela falta de recursos, mas a garantia do general Richards é que essas operações acontecerão dentro do prazo da intervenção (31 de dezembro)”, disse o deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ), integrante da comissão.
Esse número caiu para 62 no último sábado (7), quando uma operação da Polícia Civil prendeu 149 pessoas suspeitas de participarem do maior grupo de milicianos do estado.
“Diversos de nós falamos da importância de se cobrar do governo federal a mais rápida liberação dos recursos para que os objetivos da intervenção possam ser alcançados, em especial as operações como a de sábado para o enfrentamento do crime organizado”, reforçou o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).
Já a relatora do colegiado, deputada Laura Carneiro (DEM-RJ) afirmou que o interventor federal na área de segurança pública atua para que o governador, Luiz Fernando Pezão, pague o 13º de agentes de segurança pública do estado.
“O interventor espera que imediatamente o governador cumpra o compromisso de pagamento do 13º dos servidores e ainda o pagamento do Regime Adicional de Serviço (RAS). Isso levará 1.200 homens para as ruas no Rio de Janeiro”, informou a deputada.
Caso Marielle
Alessandro Molon disse estar otimista com a velocidade das apurações sobre o assassinato da vereadora do Psol, Marielle Franco, e de seu motorista, Anderson Pedro Gomes. “Tivemos a informação de que as investigações estão bastante avançadas e, se comparássemos ao caso da juíza Patricia Acioli (morta em 2011 por policiais que julgava), já estariam mais avançadas neste momento do que estavam as da juíza”, avaliou.
Molon integra a comissão externa da Câmara que acompanha as investigações e que também participou da reunião.
Comissão externa e Observatório
A Câmara dos Deputados acompanha a intervenção por meio de uma comissão externa, responsável por analisar o planejamento, a execução e os desdobramentos da ação militar no Rio de Janeiro, e do Observatório Legislativo da Intervenção Federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro (Olerj).
O observatório pretende promover a cooperação entre a Câmara, órgãos e entidades federais, estaduais e municipais e a população, além de garantir a transparência das ações e dos resultados decorrentes da intervenção.