Comissão ouviu todos integrantes da equipe de arbitragem do segundo jogo da final do estadual e agora vai decidir se haverá denúncia.
Por mais de 7 horas, em sessão iniciada na tarde de terça-feira, a 3ª Comissão Disciplinar do TJD-SP escutou todos membros da equipe de arbitragem do segundo jogo da final do Campeonato Paulista no inquérito que investiga se houve interferência externa na anulação do pênalti legítimo sofrido por Dudu.
O árbitro Marcelo Aparecido de Souza afirmou que teve convicção ao assinalar a penalidade, mas que foi demovido da marcação após ser informado por jogadores do Corinthians de que o quarto árbitro, Adriano de Assis Miranda, queria falar com ele.
Em seu depoimento, Adriano disse ter avisado Aparecido que Ralf tinha acertado apenas a bola, mas que a decisão final seria de Aparecido, negando, portanto, que tenha recebido alguma informação de Dionísio Roberto Domingos, diretor de arbitragem da FPF, flagrado pelas câmeras do Allianz Parque se comunicando com ele e com o primeiro assistente.
Sobre a presença de Dionísio em campo, o que é proibido pelo regulamento, todos deram a mesma versão, a de que o diretor desempenhou excepcionalmente naquele jogo a função de “tutor” da arbitragem, o que também coube a José Henrique de Carvalho. No primeiro jogo da decisão, porém, houve apenas 1 tutor de arbitragem.
Para se defender da acusação de ter repassado à equipe de arbitragem a avaliação feita pelo comentarista da RGT, Paulo César de Oliveira, de que não teria acontecido o pênalti, Dionísio afirmou que seu celular estava desligado.
Repletos de respostas sem sentido e com várias contradições, os depoimentos colhidos na terça-feira constarão num relatório elaborado pelo auditor Marcelo Augusto Godim Monteiro que será entregue à procuradora Priscila Carneiro de Oliveira no próximo dia 23/04. Caberá a ela decidir se haverá denúncia por interferência externa ou não. Priscila é filha de Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF.