É realizado em Brasília o Fórum Nacional de Secretários de Segurança da Área de Fronteira nesta sexta-feira, 27. O evento segue até amanhã, 28. Representando o Acre, o secretário de Estado de Segurança Pública, Vanderlei Thomas, apresentou o que as polícias acreanas têm feito para enfrentar situações em decorrência da falta de fiscalização federal na faixa de fronteira, o que é uma atribuição da União.
Encontro de secretários de segurança dos estados fronteiriços é realizado nesta sexta e sábado, em Brasilía (Foto: Cedida)
Thomas falou do esforço das polícias Civil e Militar, que apreenderam 355 armas de fogo e mais de 100 quilos de drogas nos três primeiros meses do ano. Muitas delas entram no Acre pelas fronteiras com o Peru e a Bolívia, que não têm uma fiscalização expressiva. Devido a isso, por vezes, as forças estaduais acabam realizando operações e agindo contra crimes que, pela Constituição Federal, são de atribuição da União.
“As polícias Federal e Rodoviária Federal têm homens valorosos que se esforçam muito no Acre, assim como o Exército Brasileiro. Porém, seus efetivos e materiais são insuficientes para atender aos mais de dois mil quilômetros de fronteira situados no estado”, disse o secretário.
Ele destacou ainda que esse assunto foi pautado por todos os secretários dos estados situados na faixa de fronteira do Brasil. “Nós, polícias estaduais, estamos fazendo a nossa parte, e a principal reivindicação é de que a União assuma sua responsabilidade em relação às fronteiras e auxilie com investimento e, sobretudo, com custeio nos estados de fronteira. É preciso que o governo federal dê uma atenção diferenciada a essas áreas”, completou.
O encontro promovido pela Secretaria Nacional de Segurança Públia (Senasp) tem como foco apresentar o plano estratégico, tático e operacional que está sendo construído por profissionais da segurança pública dos estados situados na faixa de fronteira. Paralelo a isso, policiais e técnicos participam de um treinamento sobre ações integradas na fronteira brasileira.
Secretários dos estados fronteiriços cobraram mais ações enérgicas das forças da União para coibir a entrada de ilícitos (Foto: Arquivo Secom)
Conforme o que foi apresentado pela Senasp, os gestores dos estados localizados na região de fronteira devem legitimar o plano para ações integradas nessas áreas até o fim de maio e a previsão é de que esse trabalho seja colocado em prática até o final deste semestre.
Puxando o debate nacional
O Acre é a unidade da federação que mais alimenta o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais e Sobre Drogas (Sinesp), segundo dados do Ministério Extraordinário da Segurança.
A centralização das informações policiais em uma base de dados nacionais foi um dos pontos propostos no Encontro de Governadores do Brasil pela Segurança e Controle das Fronteiras, realizado em Rio Branco no ano passado. A proposta dos mais de 20 governadores presentes ao evento consta na Carta do Acre, documento assinado pelos chefes das unidades federativas e por quatro ministros da União. A destinação de recursos específicos, a fundo perdido, para as atividades policiais e penitenciárias também foi debatida durante o evento nacional.