O Programa Corra pro Abraço recebeu nesta semana, em Salvador, a visita de uma pesquisadora norte americana, doutoranda em sociologia pela Universidade de Califórnia, em Berkeley, Califórnia (EUA). Maria-Fatima Santos também é membro do grupo de pesquisa de estudos empíricos de direito pela faculdade de direito da mesma universidade. Ela pesquisa as políticas e processos do estado penal no Brasil e analisa o funcionamento da prática do processo penal em Salvador em relação aos casos de acusações de tráfico de drogas.
“Vim conhecer o Corra como programa de redução de danos pioneiro em relação ao seu método e abordagem social. É uma entidade chave que, como programa de estado, ao mesmo tempo desafia a sua própria lógica punitiva, evitando se encaixar num estrito método medicalizador. O Corra possui desafios que também se tratam necessariamente de dimensões raciais e sociais”, relata a pesquisadora que fala muito bem português por ter origem Portuguesa. Ela conheceu o Corra pro Abraço por meio da equipe da iniciativa que atua nas audiências de custódia no Núcleo de Prisão em Flagrante, do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia.
Maria-Fatima no campo do Aquidabã conversando com assistidas do Corra pro Abraço (Foto: Divulgação)
A doutoranda esteve na segunda-feira (23), na sede do Corra pro Abraço, em Salvador e, na terça-feira (24), foi com a equipe conferir as atividades de arte educação e redução de danos no Campo do Aquidabã e conversar com assistidos da iniciativa da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social do Estado da Bahia (SJDHDS). “Foi muito importante poder conhecer melhor o trabalho do Corra, os membros da equipe e também os assistidos que são tão inspiradores”, destaca a estudante da universidade pública que é uma das mais e prestigiadas universidades do mundo.
Para a coordenadora geral do Corra pro Abraço, Trícia Calmon, o programa tem buscado aproximar, cada vez mais, pessoas, organizações e pesquisadores, que trabalhem nesse campo, a partir de todas estas vertentes que a iniciativa atua, entre elas, a questão do acesso à justiça para pessoas em extrema situação de vulnerabilidade. “Para nós é importante que ela [a doutoranda] conheça a experiência do programa que inova em trazer a figura do educador jurídico para a rua. Na medida que conseguimos ter alguém que a partir da arte educação e da presença cotidiana nos campos estabelece esse vínculo, facilita nosso trabalho em apoiar os assistidos no acesso aos serviços de saúde, educação, entre outros”, conclui.
Fonte: Ascom/ Corra pro Abraço – SJDHDS