25 de maio marca o Dia Nacional da Adoção. Hoje, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), aproximadamente 5 mil crianças e adolescentes estão à espera de uma família que os adote no Brasil, enquanto existem cerca de 40 mil pretendentes a adoção.
Olhando a questão unicamente por esse ângulo, é passada a falsa impressão de que a relação entre oferta e demanda por adoção não representa um problema social no país. Todavia, ainda segundo o CNJ, 91% dos que buscam adotar só aceitam crianças de até 6 anos, enquanto 92% dos jovens esperando uma família possuem entre 7 e 17 anos de idade. 20% dos pretendentes só aceitam crianças e adolescentes de pele branca, enquanto 68% dos jovens aptos à adoção são negros ou pardos.
Trata-se apenas de alguns dados representativos da desconexão entre o perfil da criança “real”, presente nos lares de acolhimento, e o perfil de criança “esperado”, ainda idealizado por grande parte dos postulantes à adoção.
Diante dessa realidade, entendemos que a principal contribuição que o Clube pode dar à causa é ceder a visibilidade da instituição a esses jovens que, por costume, têm pouca ou nenhuma voz e evidência social, bem como aos inúmeros casos de famílias formadas a partir de adoções bem-sucedidas de crianças e adolescentes mais velhos do que o “padrão”, a fim de contrariar e desconstruir paradigmas injustos e apresentando esses garotos e garotas como sujeitos ativos na sociedade.
Na vitória em cima do Santos, no último domingo, recebemos 41 crianças e adolescentes do projeto “Adote um Boa Noite”, iniciativa do Tribunal de Justiça de São Paulo que estimula a adoção de crianças e adolescentes com mais de oito anos de idade. Os garotos e garotas visitaram o memorial do clube, entraram em campo com os atletas, assistiram ao jogo e receberam lembranças do Santo Paulo.
Na próxima sexta-feira (25), nas plataformas de comunicação do clube, daremos início a uma série de vídeos que periodicamente relatará histórias de adoções exitosas de meninos e meninas das mais variadas faixas etárias, assim como apresentará ao torcedor o perfil de um ou mais jovens que atualmente se encontram nos lares de acolhimento, à espera de uma família.
Por fim, o São Paulo FC gostaria de reafirmar seu compromisso com essa e outras causas e em manter aberto o diálogo com as autoridades cabíveis para que cada vez mais e melhor seja exercida sua responsabilidade enquanto agente transformador da sociedade. Estamos estruturando outros projetos para combater a realidade injusta que essas crianças desafiam no Brasil e que, tão logo se concretizem, também serão comunicados a você, torcedor. O SPFC se importa e tem convicção de que não há uma fórmula única para o exercício da maternidade ou da paternidade, e que, para tal, os pré-requisitos são o amor e a compreensão.
E que amor, compreensão e adoção não têm idade.