“O Brasil está em um profundo mau humor, o que reflete na própria economia”. Com estas palavras, o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, abriu o seminário “Mitos & Fatos – Jovem Pan Discute Economia”, em São Paulo, com participação de economistas de destaque no cenário nacional e CEOs das principais empresas do país.
Apesar de o seminário ser sobre economia, Afif sugeriu discutir política. “Sem isso, não vamos a lugar nenhum.” O presidente do Sebrae lembrou das manifestações de junho de 2013 para explicar que a insatisfação da população já vem de longe. “Temos 13 milhões de desempregados, o que influi diretamente no otimismo das pessoas. Ainda não concluímos se chegamos ou não ao fundo do poço”, discursou.
Afif foi interrompido por aplausos da plateia ao defender a eleição de uma assembleia constituinte exclusiva. “Defendo que se faça precedida de um plebiscito, para canalizar a revolta da população”, explicou, acrescentando ainda que a reforma política sancionada pelo presidente Michel Temer em outubro do ano passado, que criou o Fundo Especial de Financiamento de Campanhas de R$ 1,7 bilhão, não mudou praticamente nada no cenário.
“As mudanças no sistema político brasileiro foram mínimas. E quando se vota mudanças no sistema político, dão um jeito para que até os bisnetos possam se eleger com as regras atuais, em um sistema de transição o mais longo possível. Por isso, defendo a assembleia constituinte exclusiva”, analisou Afif. “Ao contrário do que dizem os americanos, quando falam ‘É a economia!’, estou aqui para dizer a vocês economistas: ‘É a política!’”, concluiu.