Por: Odir Cunha
Após 21 edições, a Copa do Brasil permanecia como o único título nacional que ainda faltava ao Santos. Por isso uma Vila Belmiro inflamada recebeu 14.060 pagantes para o primeiro jogo da decisão, contra o Vitória, na noite de quarta-feira, 28 de julho de 2010. E a empolgação continuou com a bola rolando, pois o domínio do Santos foi tão flagrante que tudo levava a crer em uma goleada.
Neymar, que seria o artilheiro da competição, com 11 gols, marcou aos 14 minutos de jogo, e logo vieram chances atrás de chances. Paulo Henrique Ganso e André perderam boas oportunidades para marcar, Neymar cobrou um pênalti com cavadinha e jogou nas mãos do goleiro Lee. Apenas aos 38 minutos do segundo tempo, Marquinhos, que entrara no lugar de Ganso, fez a torcida explodir com um belo gol de falta.
Uma semana depois e as equipes voltaram a se enfrentar no Barradão, em Salvador, diante de 35 mil pessoas. O gol de cabeça de Edu Dracena, aos 44 minutos do primeiro tempo, parecia definir o título, pois o Vitória só seria campeão se marcasse quatro gols. Na segunda etapa, porém, o time baiano se jogou ao ataque, fez dois gols e pressionou bastante a meta de Rafael.
Mesmo com a derrota por 2 a 1 o Santos foi campeão da Copa do Brasil com uma campanha generosa, em que bateu o recorde de gols da competição, com 39 tentos. Neymar foi o artilheiro e Paulo Henrique Ganso escolhido como o melhor jogador da competição. O time que jogou a final contou com Rafael, Pará, Edu Dracena, Durval e Alex Sandro; Arouca, Wesley e Ganso; Neymar (Marcel), Robinho (Rodriguinho) e André (Marquinhos). O técnico era Dorival Junior.
Outros jogos históricos
Os historiadores do Centro de Memória do Santos Futebol Clube, Guilherme Gomez Guarche e Gabriel Santana lembram outros jogos históricos entre Santos e Vitória:
Para começar, o primeiro confronto entre ambos ocorreu há mais de 82 anos, em 26 de março de 1936, no Estádio da Graça, em Salvador, e o Santos, campeão paulista de 1935, goleou por 5 a 1, com quatro gols de Raul. O Alvinegro da Vila, orientado pelo técnico Virgílio Pinto de Oliveira, o Bilú, formou com Cyro, Neves e Agostinho; Dino (Figueira), Ferreira e Jango; Sacy, Moran (Tupan), Raul, Araken e Antenor.
Trinta e nove anos depois, em 18 de dezembro de 1975, Santos e Vitória decidiram o Torneio Governador Roberto Santos, no Estádio da Fonte Nova, e o Santos venceu por 3 a 0, com dois gols de Mazinho e um de Cláudio Adão. A arbitragem foi de Arnaldo César Coelho e o Santos, treinado pelo ex-jogador Olavo, jogou com Willians, Tuca, Lazinho, Bianchi e Marçal; Clodoaldo, Leo Oliveira e Brecha; Mazinho (Didi), Cláudio Adão e Toinzinho.
Em 11 de novembro de 1986, convidado para o amistoso de inauguração do Estádio Manoel Barradas, o Barradão, o Santos empatou com o Vitória em 1 a 1, diante de 18 mil espectadores. Dino Furacão marcou para o Alvinegro Praiano, treinado por Chico Formiga, que jogou com Mano, Flávio Pacheco (Tomé), Davi, Pedro Paulo e Gilmar; Celso, Santin e Mazinho; Jussiê (Solano), Carlos Alberto Costa (Mauro) e Dino Furacão.
Santos nunca perdeu na Vila
Santos e Vitória já se defrontaram 40 vezes, com 35 jogos pelo Campeonato Brasileiro, dois amistosos, dois pela Copa do Brasil e um confronto pelo Torneio Governador da Bahia. Deste total o Santos obteve 21 vitórias, nove empates e 10 derrotas, marcou 69 gols e sofreu 48.
A maior parte desses duelos, 21 deles, foram em Salvador. Treze foram na Vila Belmiro e seis em São Paulo.
Apenas pelo Campeonato Brasileiro as equipes se enfrentaram 35 vezes, com 18 vitórias do Santos, oito empates e nove triunfos do Vitória. O Santos marcou 57 gols e sofreu 44.
Um detalhe a se destacar é que o Santos jamais foi derrotado pelo Vitória na Vila Belmiro. Em 13 jogos venceu 10 e empatou três, marcando 28 gols e sofrendo apenas seis.
Artilheiros santistas no confronto
1 – Copete, 5 gols.
2 – Raul Cabral Guedes, 4 gols.
3 – Guga, Robinho e Kléber Pereira, 3 gols.
6 – David Braz, Jean Mota, Neymar, Tostão, Mazinho Bueno, Paulinho McLaren, Viola e Alberto, 2 gols.
Técnicos santistas que enfrentaram o Vitória
1 – Pepe, 6 vezes.
2 – Dorival Jr. e Emerson Leão, 5 vezes.
4 – Vanderlei Luxemburgo, 4 vezes.
5 – Cabralzinho, Claudinei Oliveira, Enderson Moreira, Levir Culpi e Olavo, 2 vezes.
10 – Bilu, Carlos Gainete, Chico Formiga, Cuca, Geninho, Giba, Marcelo Fernandes, Marcelo Martelotte, Orlando Amarelo e Vagner Mancini, uma vez.
(Foto: Reprodução/CBF)