O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), com apoio da Superintendência Federal de Agricultura do Acre (SFA), deu início nesta quarta-feira, 4, ao processo de habilitação de médicos veterinários autônomos ou privados em coleta de amostras para diagnóstico do mormo equídeo.
O evento foi realizado no auditório da SFA e reuniu cerca de 30 profissionais que foram habilitados para desenvolver o diagnóstico da doença no estado.
“Esta habilitação é de fundamental importância porque são esses profissionais que estarão em campo para realizar a coleta do material para o possível diagnóstico do mormo. Essa é uma doença extremamente grave e de rápida transmissão entre animais, e nos próximos dias acontecem alguns eventos agropecuários onde há aglomeração de animais. Estaremos intensificando os exames durante esses eventos”, disse o veterinário do Idaf Mário César Souza.
Estaremos intensificando os exames durante os eventos agropecuários no estado (Foto: Gleilson Miranda/Secom)
Durante o evento, os profissionais receberam algumas orientações sobre formas de prevenção, controle ou erradicação da doença dos equinos através da educação sanitária, estudo epidemiológico, controle de trânsito, cadastramento, fiscalização e certificação sanitária e intervenção na ocorrência de focos da doença. De acordo com Rejane Santos, auditora fiscal federal agropecuária, uma forma de prevenção que será trabalhada junto aos órgãos responsáveis.
“Estamos seguindo a instrução normativa de janeiro de 2018 que observa a existência do mormo em todo o Brasil, embora no Acre ainda não tenha sido identificada, por essa razão estamos habilitando os s para que eles sejam instrumento de notificação ao Idaf, para que este possa atuar caso ocorra a identificação da doença”, destacou Rejane.
O Idaf informa que em todo o transporte de equinos (cavalos, mulas, pônei, burro, jumento) seja interestadual ou intraestadual ou para a participação nos eventos agropecuários será exigido o exame negativo de Mormo.
Sobre a doença
O Mormo ou lamparão, é uma doença infecto-contagiosa dos equídeos, causada pelo Burkholderia mallei, que pode ser transmitida ao homem e também a outros animais. Manifesta-se por um corrimento viscoso nas narinas e a presença de nódulos subcutâneos, nas mucosas nasais, nos pulmões, gânglios linfáticos, pneumonia, etc. Os animais contraem o mormo pelo contato com material infectante do doente: pus; secreção nasal; urina ou fezes.
Sintomas da doença
Os sintomas mais comuns são a presença de nódulos nas mucosas nasais, nos pulmões, gânglios linfáticos, catarro e pneumonia. A forma aguda é caracterizada por febre de 42ºC, fraqueza e prostração; pústulas na mucosa nasal que se transformam em úlceras profundas com uma secreção, inicialmente amarelada e depois sanguinolenta; intumescimento ganglionar e dispnéia.
Formas de contaminação
Acontece pelo contato com material infectante (pus, secreção nasal, urina ou fezes). O agente penetra por via digestiva, respiratória, genital ou cutânea (por lesão). O germe cai na circulação sanguínea e depois alcança os órgãos, principalmente pulmões e fígado.
Tratamento
O mormo apresenta forma crônica ou aguda, esta mais freqüente nos asininos. Os animais suspeitos devem ser isolados e submetidos à prova complementar de maleina, sendo realizada e interpretada por um veterinário do serviço oficial. A mortalidade dessa doença é muito alta.