As batalhas estão recém começando. Suas muitas. É a dívida do Beron. É caso da transposição que está parada. É a dívida impagável da Caerd. É a situação perigosa do Iperon, que já começa a preocupar. É a necessidade de regularização fundiária, tanto em Porto Velho quanto no interior. São grandes desafios que recém começam a ser enfrentados pelo novo Governo de Rondônia e que, embora pareçam assustadores, podem ter resultados positivos, principalmente pela proximidade do Coronel Marcos Rocha, eleito recentemente, com seu amigo pessoal, Jair Bolsonaro, hoje o poderoso Presidente da República.
Nessa semana passada, aconteceu mais uma prova disso: mesmo ainda exausto da viagem a Davos, na Suiça, de onde retornou na madrugada de sexta e, ainda sob a tensão da tragédia de Brumadinho, com o rompimento de uma represa que causou dezenas de mortes, Bolsonaro fez questão de abrir uma janela em sua agenda, para receber Rocha e conversar com ele sobre alguns dos principais problemas de Rondônia. Rocha já tinha participado de uma longa reunião com a equipe econômica do governo, sobre a dívida impagável do Beron e depois encontrou-se por bastante tempo com o general Santos Cruz, um dos nomes mais próximos ao Presidente, para explicar a situação da dívida pornográfica do Beron, que quanto mais o Estado paga, mais deve.
Rocha quer que a dívida seja totalmente revista e considerada paga, porque hoje ela custa aos cofres do Estado nada menos do que 17 milhões de reais todos os meses. Tanto nos encontros com a equipe do Ministério da Economia, quanto aos assessores diretos de Bolsonaro, o Governador de Rondônia saiu otimista. Até porque ouviu do próprio Presidente que o assunto é grave e merece sim um reestudo, na medida em que nosso Estado está sendo mesmo injustiçado.
Quanto à transposição, Marcos Rocha defendeu não só que a União absorva imediatamente todos os servidores do ex Território, que já deveriam ter sido transpostos há anos, como pediu que sejam tomadas medidas urgentes em relação à decisão do TCU, que pune os servidores rondonienses, num contexto em que não há qualquer irregularidade nos processos já aprovados. Reuniu-se com equipes de vários ministérios, foi ouvido com atenção. Como tem dito seguidamente, o Governador repetiu, depois de sua última viagem a Brasília: “Rondônia tem a grande chance, uma oportunidade única, de resolver alguns dos seus maiores problemas, com o apoio do governo do Presidente Bolsonaro”. Espera-se que, enfim, isso aconteça, porque até agora, só temos tido tratamento de governos, em muitas questões, como se fôssemos o filho bastardo.
APERTADINHO ROMPEU HÁ ONZE ANOS
As tragédias de Mariana e Brumadinho podem se repetir em várias regiões do Brasil, onde existem centenas de barragens com risco de estouro, como ocorreu nesses dois casos mais graves até agora, numa história sem fim de irresponsabilidades, péssima gestão e, pior que tudo, centenas de mortes. Rondônia já viveu uma situação semelhante, há onze anos atrás, exatamente em 9 de janeiro de 2008, embora, para nossa sorte, não tenham sido registradas vítimas fatais. Em comum com Mariana, o fato de , até hoje, ninguém ter sido punido de verdade, mesmo com todos os dedos técnicos e judiciais apontados para os representantes do grupo Schahin, no caso do estouro da barragem do Apertadinho, localizado a 30 quilômetros de Vilhena, próximo à confluência dos rios Pimenta Bueno e Comemoração. Aliás, dois anos antes, o empresário César Cassol tinha alertado que havia esse risco, Ninguém o ouviu. O deslizamento das estruturas da barragem e do vertedouro foi seguido por um turbilhão de água. O reservatório, que levou 14 dias para encher e tinha um volume de 31 milhões e 740 mil metros cúbicos de água, foi esvaziado em apenas três horas. O colapso ocorrido com o vertedouro da PCH Apertadinho e o rompimento da barragem da PCH, ocasionaram imensos danos econômicos e ambientais, destruindo tudo num raio de 1.500 hectares. O custo da PCH que estourou foi de cerca de 200 milhões de reais. Até hoje, não há ninguém preso. Mas, afinal, fazem só onze anos!
PSICOPATAS À SOLTA NA INTERNET
A tragédia de Minas deixou o Brasil e o mundo em estado de choque. Até à noite desta segunda, já haviam sido confirmadas 65 mortes. O número de vítimas fatais pode triplicar, se não for ainda mais longe. Uma das mais terríveis tragédias dos últimos anos, repetindo o mesmo de sempre: ninguém tem culpa; foi apenas um acidente natural. Claro que não foi. Os riscos sempre são altos, em barragens que são contidas com terra, ao invés de gastos mais pesados com estruturas de concreto. Construir refeitórios de trabalhadores no caminho da barragem, como aconteceu em Brumadinho, é outra irresponsabilidade absurda. Também são absurdas postagens nas redes sociais de anormais, psicopatas e sociopatas, “comemorando” as mortes, porque as pessoas que moram na região teriam votado em Bolsonaro. Esses anormais precisam ser descobertos logo, detidos, processados e tirados da sociedade, porque só alguém sofrendo de uma doença social incurável, tem coragem de fazer uma coisa dessas. De positivo, a solidariedade de todo o país. Inclusive do Governo de Rondônia, que colocou a disposição dos mineiros apoio do nosso Corpo de Bombeiros e as áreas de Segurança Pública para apoios técnicos e logísticos que puderem serem úteis. Decreto nesse sentido foi assinado pelo governador Marcos Rocha.
MUITO PERTO DA DECISÃO
O grande fato político da semana está programado para essa sexta-feira: num evento festivo, que deve lotar a casa de shows Talismã, na zona leste da Capital, onde a nova Assembleia Legislativa terá sua primeira reunião. Nela, será eleito o novo presidente e o serão também todos os demais membros da Mesa Diretora. Depois de muitos encontros de bastidores, de muita troca de informação, de formação de grupos, a tendência é que seja eleita uma chapa de consenso, com um novo líder, ainda não definido, emergindo entre os 24 parlamentares. Ele, seja quem for o eleito, terá a missão de unificar o parlamento e torná-lo cada vez mais forte, com o fez, aliás, o presidente Maurão de Carvalho, que deixa a ALE/RO depois de dois mandatos exitosos, em que foi eleito por unanimidade, duas vezes, por seus pares. Claro que os tempos são outros, há um novo governo, novos momentos da política, mas sem dúvida uma relação positiva entre os poderes será de grande importância para que nosso Legislativo continue se destacando no contexto da história rondoniense. Há, na Assembleia, vários políticos com o perfil para comandar a Casa e torná-la cada vez maior. Certamente, o novo grupo da legislatura que assume na sexta, terá a sabedoria de escolher corretamente. O clima para isso, aliás, é dos mais positivos, dentro da Assembleia. A sessão será presidida pelo deputado Lebrão, o mais velho entre os eleitos.
UMA CAPITAL SEM ÔNIBUS
O Consórcio SIM parou mesmo seus ônibus. A direção do grupo já confirmou que com um prejuízo mensal na ordem de 2 milhões e 700 mil reais/mês, não há como sobreviver. Não houve acordo com a Prefeitura, mesmo depois de várias reuniões no final de semana. Desde meados da semana passada, o porto velhense está sem transporte coletivo e não há perspectiva de que o problema seja resolvido tão cedo. O comércio já está chiando, porque o movimento de compras caiu muito nos últimos dias na Capital, já que os consumidores que dependem de ônibus não têm como se locomover para ir às lojas. A Prefeitura emitiu nota oficial, dizendo que está esperando a decisão judicial sobre o pedido do Consórcio de abandonar o transporte coletivo e que não aceitará o reajuste da tarifa para 4 reais e 80 centavos, mas apenas até 4 reais, o que representaria apenas a correção inflacionária. Ao que tudo indica, não há mais diálogo entre a Prefeitura e o Consórcio. Os motoristas e cobradores já estão anunciando que pedirão demissão em massa. Há uma confusão generalizada e muitos boatos, inclusive de que a Prefeitura estaria tratando com uma empresa de São Paulo para enviar 159 ônibus, que fariam o transporte municipal em regime de emergência. Nada confirmado, até agora. A única coisa certa é que a população está andando a pé.
NÃO PAGA IPTU SEM CPF
Porto velhenses estão com dificuldade para pagar o IPTU. É uma longa história, mas o resumo da ópera é que, a partir de agora, nenhum boleto ou carnê pode ser pago na rede bancária ou nas lotéricas, sem que esteja explicito o número do CPF do pagador. Nos casos mais recentes, a Secretaria da Fazenda já incluiu o CPF do morador nos documentos que serão utilizados para pagar o imposto residencial. Nos mais antigos, não há o CPF e, quando a nova norma começou a vigorar, os carnês e boletos já haviam sido impressos. Então, para quem foi aos bancos ou agências de loterias e não conseguiu pagar a conta (quem pagar em cota única tem 20 por cento de desconto), há necessidade de procurar a Secretaria da Fazenda ou postos distribuídos pela Prefeitura, em diferentes pontos da cidade, para fazer o registro do seu CPF. Enquanto isso não for feito, a conta não pode ser paga. Por causa do problema, registrado em inúmeros casos de contribuintes que não conseguiram pagar a cota única, a Prefeitura já estuda ampliar o prazo para o desconto.
BOLSONARO: FOI SÓ UM SUSTO
Quando começaram a falar, em sites de noticias e emissoras de TV, que a cirurgia a que o presidente Jair Bolsonaro deveria ter durado quatro horas e ele já estava sendo operado há nove horas, houve sim uma preocupação Brasil afora. Os mais velhos não conseguem esquecer o que aconteceu com Presidente Tancredo Neves, que foi internado no dia em que tomaria posse e só saiu do hospital morto. No final, não houve nada de ruim com o recém empossado Presidente da República. Ele foi para a sala para ser operado por volta das seis da manhã, mas a cirurgia mesmo começou duas horas depois. Ao invés de nove horas, na verdade ela durou pouco mais de seis. A reconstituição do intestino do Presidente foi feita de forma exitosa, segundo o Palácio do Planalto informava no final da tarde. Bolsonaro fica dois dias na UTI, por segurança e depois começa a despachar do próprio hospital, por pelo menos mais uma semana. Dentro de pouco tempo, estará totalmente restabelecido e agora livre da bolsa de colostomia que o acompanhou desde o atentado de 6 de setembro. Enfim, acabou mais um drama na vida do Brasil. Agora, o que falta é prender os mandantes do crime, porque os há e só algum ingênuo pode imaginar que o criminoso que esfaqueou o Presidente (então candidato), agiu sozinho. Cadeia para todos.
PERGUNTINHA
Onde será a próxima tragédia de rompimento de alguma barragem, nesse Brasil em que ninguém é punido, mesmo que seja responsável por tantas mortes, como em Brumadinho?
Autor / Fonte: Sérgio Pires