Alto preço dos combustíveis, estradas ruins, falta de apoio para financiamento a juros mais baixos, segurança nas rodovias e aumento do valor do frete fazem parte da pauta
Vida difícil
Ano passado os caminhoneiros paralisaram o país com uma greve sem precedentes. O movimento, espontâneo, teve apoio das empresas transportadoras, que detém cerca de 60% da frota nacional. O então presidente Michel Temer adotou algumas medidas que estavam na pauta, mas na prática, a vida dos caminhoneiros autônomos, cerca de 40%, continua muito complicada. As estradas seguem ruins, pedágios caros e diesel com variações de preços que atrapalham a programação financeira de quem tem um orçamento apertadíssimo.
Alguns dados
Muita gente não sabe, mas uma carreta consome muito, mas muito diesel mesmo. Para se ter uma idéia, um caminhão carregado faz em média 1,4 a 3,8 km/litro (varia de acordo com veículo, carga, etc). Cada vez que um caminhoneiro encosta em um posto, ele abastece entre 500 a 900 litros (a depender da capacidade daqueles tanques laterais). Além disso, tem os pneus que custam uma pequena fortuna cada e desgastam muito. Um bom pneu, mas muito bom mesmo, vai rodar 60 mil/km a depender das condições da estrada.
E como está a situação?
Uma pesquisa da CNT feita entre agosto e setembro do ano passado, mostrou que 44,3% dos caminhoneiros participaram da paralisação por vontade própria. Além disso, 64,4% deles foram informados da greve via WhatsApp, e 74,7% tinham conhecimento da pauta de reivindicações. Com relação às conquistas obtidas, entretanto, 56% não ficaram satisfeitos. Os números mostraram ainda que, 51,3% esperavam redução no preço dos combustíveis, e 38,3% desejavam maior segurança nas vias. Outros pleitos da categoria que não foram atendidos, mas eles ainda aguardam são: financiamentos oficiais a juros mais baixos para a compra de veículos (27,4%), aumento do valor do frete (26,2%), pontos de parada com mínimo de conforto e estrutura (18,7%), melhoria das condições das rodovias (15,5%) e redução do valor dos pedágios (12,5%).
Movimentos sutis
Entre os caminhoneiros autônomos o sentimento atual é de insatisfação, já que segue tudo como antes. Em grupos de Whatsapp e conversas pelas estradas, surgem relatos de uma nova mobilização, mas eles aguardam alguma ação por parte de Jair Bolsonaro e sua equipe no sentido de atender alguns dos pleitos apresentados.
Abaixo assinado contra aumento
Com o objetivo de mobilizar a sociedade civil e os cidadãos em geral, o Ministério Público do Estado de Rondônia, por meio da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Vilhena – Curadoria do Consumidor, está colhendo assinaturas em abaixo- assinado para adesão à Ação Civil Pública n° 1000242-10.2019.4.01.0000, que trata da suspensão do reajuste da tarifa de energia elétrica, ajuizada pelo Ministério Público do Estado de Rondônia, Conselho Estadual de Defesa do Consumidor (Condecon), Defensoria Pública do Estado de Rondônia e Ministério Público Federal, contra a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e Energisa/Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron). Os pontos para coleta de assinaturas estão instalados na sede da Promotoria de Justiça de Vilhena, na Defensoria Pública de Vilhena e Núcleo de Prática Jurídica (AVEC). Para obter o maior número de assinaturas, o Ministério Público Estadual pede a colaboração da imprensa local para divulgar e ajudar na mobilização dos cidadãos vilhenenses, como forma de garantir o máximo de adesão ao abaixo-assinado, visando fortalecer a proposta.
Tem que ajustar
O deputado federal Léo Moraes (Podemos) afirmou que ainda não definiu a questão do voto na reforma da Previdência que está sendo proposta pelo governo. Segundo Moraes, é necessário que sejam feitos ajustes e a discussão precisa envolver a sociedade. Ouça abaixo o posicionamento do deputado.
Exposição à violência pode afetar a cognição social em pré-adolescentes
Uma pesquisa realizada no Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) mostrou alterações no desenvolvimento cerebral e cognitivo de pré-adolescentes expostos à violência. Os resultados, recém-publicados no periódico Developmental Science, foram obtidos a partir da aplicação de questionários, e exames de imagem por ressonância magnética funcional (fMRI, do inglês Functional Magnetic Ressonance Imaging) e de análise da concentração de cortisol no cabelo de 50 estudantes de escolas públicas de Porto Alegre, com idades entre 10 e 12 anos. “Nas crianças mais expostas à violência, a rede do hemisfério direito do cérebro associada à função de percepção social para informar nossa leitura dos outros estava menos ativada ou desativada. Quanto mais exposta à violência, menos capacidade de leitura dos outros”, disse o Dr. Augusto. A proeminência da vitimização em uma faixa etária tão jovem também chamou atenção no estudo, comparando-se a proporções que, em países como os Estados Unidos, só são reportadas por adolescentes mais velhos, em torno dos 17 anos. Por ocorrer tão cedo, essa exposição também pode sugerir efeitos mais acentuados no futuro. “Trata-se da faixa etária na qual a maioria dos transtornos psiquiátricos têm início, com alto risco de depressão, transtornos de ansiedade e suicídio”, ressaltou o Dr. Augusto.