Os dados colhidos pela nova equipe de governo comandada pelo Coronel Marcos Rocha, do PSL, foram apresentados através do Relatório Anual de Gestão 2018, elaborado pelo Executivo através da Secretaria de Saúde (Sesau/RO) em parceria com a Agência de Vigilância em Saúde (Agevisa/RO).
Com 156 páginas bem detalhadas, o estudo (veiculado na íntegra ao fim da matéria) foi obtido exclusivamente pelo jornal eletrônico Rondônia Dinâmica através de fontes ligadas ao Palácio Rio Madeira.
O levantamento apresenta diversas estatísticas relacionadas às unidades de saúde rondonienses e demonstra, ainda, números ligados a casos de violência, índices de causas de morte e revela, por fim, um panorama preocupante quando o assunto são agressões praticadas contra mulheres no estado.
Violência contra a mulher
De 2006 a 2018, das quase 6 mil notificações de violência apresentadas ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), ferramenta ligada ao Ministério da Saúde, o grupo que mais sofreu em Rondônia é formado pelo sexo feminino: são 73% do total.
Desses 73%, o estudo fracionou as características dos casos conforme a tabela abaixo.
Os tipos de violência mais praticados contra as mulheres foram: física (62%), sexual (32%); e a psicológica/moral (26%).
“O meio de agressão mais utilizado pelo autor da violência foi a força corporal/espancamento em 48% dos casos; 12% se utilizaram de objetos perfurocortantes e quase 5% foi por enforcamento; 27% foram vítimas de estupro, além de sofrerem ameaças em 18% dos casos notificados”.
O levantamento ressalta que 16% dessas mulheres ou crianças/adolescentes tentaram suicídio nesse período, “muitas vezes decorrente de um histórico de violências sofridas ou por transtornos mentais (a última Pesquisa Nacional de Saúde/2013 apontou que em Rondônia 5,6% das pessoas, com 18 anos e mais, referiram diagnóstico de Depressão e, dessas, 45,3% eram de mulheres que faziam uso de medicamentos)”.
Óbitos de mulheres em idade fértil (10 a 49 anos)
No período de 2013 a 2018 foram notificados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), criado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), 3148 óbitos de mulheres em idade fértil – MIF (10 a 49 anos) e 145 mortes maternas [grávidas], de mulheres residentes no estado de Rondônia.
Mortes de mulheres grávidas
Nos anos de análise, foram notificados 130 óbitos maternos, sendo 69 (53,1%) óbitos maternos com causa obstétrica direta, 31 (23,8%) óbitos maternos com causa obstétrica indireta e 12 (9,2%) mortes maternas tardias. Também foram registradas 18 (13,8%) mortes não obstétricas, não relacionadas à gravidez ou ao seu manejo.
Falecimentos infantis e fetais
“A vigilância dos óbitos infantis e fetais é reconhecida como importante estratégia para a redução da mortalidade desses grupos etários”. No ano de 2017, o Estado registrou 353 óbitos infantis (menor de 1 ano) e 244 óbitos fetais, ou seja, apresentou discreta diminuição nos ultimos dois anos, porém com oscilação no período estudado.
A Taxa bruta de mortalidade infantil em 2017 foi de 12,2 óbitos por mil nascidos vivos (NV), demonstrando redução de 5,5% comparado ao ano anterior. As Regiões de Saúde que ambém apresentaram diminuição nas taxas foram: Zona da Mata (6,0 óbitos/mil NV), Café (10,6 óbitos/mil NV), Vale do Jamari (12,3 óbitos/mil NV) e Madeira Mamoré (13,5 óbitos/mil NV), e as que apresentaram aumento foram: Central (11,4 óbitos/mil NV) e Cone Sul (13,3 óbitos/mil NV). Quanto a Região de Saúde Vale do Guaporé não foi analisado, pois o número de NV/ano é menor que mil não sendo adequado para este indicador.
Mortalidade por violência 2017
Quanto à Mortalidade por Violência registrada no SIM em 2017, homicídios e suicídios somaram 624 casos, o que equivale a 7,5% das mortes por Todas as Causas no estado e 46% das mortes por Causas Externas, que ocupam o segundo lugar dentre as causas de morte, após as doenças do aparelho circulatório . “Vale ressaltar que 17% dos municípios não tiveram registro de morte por violência em 2017”.
Confira a íntegra do levantamento abaixo
Autor / Fonte: Rondoniadinamica