Assim como vemos algumas histórias incríveis de atores que descobriram a arte da atuação por acaso, a atriz Bruna Tatar começou a atuar aos 9 anos, logo depois de terminar um tratamento de saúde. Nessa época conheceu um grupo de teatro. Dali surgiu sua paixão pela interpretação.
Seu primeiro contato profissional foi com a série “Pedro e Bianca” em 2012. Porém foi em “Malhação – Viva a Diferença” que enfrentou seu papel mais denso: interpretou Júlia, que por ser racista praticava bullying contra Ellen, vivida por Heslaine Vieira.
Começou no cinema com o filme “Meus 15 Anos” (2017), produção inspirada no livro de Luiza Trigo, onde encorporou a blogueira Rita.
Como foi que a atuação passou a fazer parte de sua vida?
O gosto pela arte entrou na minha vida de uma maneira diferente. Quando eu tinha 7 anos fui diagnosticada com leucemia e, em uma das minhas idas diárias ao hospital, vi um grupo de teatro e resolvi entrar. Participei de algumas apresentações que o hospital fazia no natal e dia das crianças e me apaixonei! Assim que me curei, 2 anos depois, já fiz questão de começar meus estudos e entrei na Casa do Teatro… e não parei mais!
Seu primeiro papel na televisão foi “Pedro e Bianca”, como foi participar da série?
O seriado ‘’Pedro e Bianca’’ foi o meu primeiro contato no meio. Lembro que tinha feito um cadastro em uma plataforma de atores há um tempinho e de forma despretensiosa. Me ligaram então para me chamar para os testes ( foram vários) e eu nunca tinha participado de nenhuma seleção. Fui aprovada depois para fazer a Carla e sempre brinco que o primeiro teste dá sorte! Conheci pessoas incríveis!
Quais são suas inspirações como atriz?
Eu tenho várias! Normalmente, dependo do trabalho, eu me foco mais em algumas que já tenham feito trabalhos parecidos para me inspirar, tanto em atrizes quanto em obras (por exemplo, pro filme Meus 15 Anos assisti bastante outros longas nacionais como ‘’Confissões de adolescente’’). Mas, num geral, eu admiro e muito o trabalho das internacionais Jennifer Lawrance e Emma Watson e aqui do Brasil com certeza Fernanda Montenegro, Laura Cardoso e Alice Wegman ( que é uma referência mais jovem).
A respeito do filme “Meus 15 anos”, como foi estrear pela primeira vez nos cinemas?
O filme ‘’ Meus 15 Anos’’ foi um projeto muito importante pra mim. Quando caiu a ficha de que meu trabalho seria visto nos cinemas, bateu aquele medinho porque é uma responsabilidade, até porque levo tudo isso muito a sério. Quando começaram as gravações nós nos entregamos 100% e ai deu tudo certo, fiquei muito feliz com o resultado do filme!
Sobre a personagem Rita, acredita que exista muito da personagem em você?
Eu tenho um carinho imenso pela minha Ritinha…e por mais que eu seja também alto astral e conectada como ela, ela com certeza é BEM mais sem noção do que eu.. (que bom né rsrs)
Em “Malhação: Viva a Diferença”, sua personagem Júlia ficou marcada pelo racismo contra a Ellen. Como foi interpretar uma personagem tão densa?
A Julia foi um desafio e uma grande responsabilidade, porque, a cada cena que eu fazia eu sabia que eu estava retratando a realidade, o que acontece tanto por aí… então foi um trabalho bem difícil visto que vai contra tudo o que eu acredito. Sempre que eu via as pessoas falando mal e odiando a personagem nas redes sociais, por um lado eu ficava feliz em saber que então, eu estava conseguindo passar a mensagem, o recado. Outro ponto é que a Heslaine, que interpretou divinamente a Ellen, é uma grande amiga minha então me doía ainda mais. Porém, nós conversamos bastante e ela me deixou super à vontade, uma grande parceira de cena.
O filme “Meus 15 Anos” falava muito mais do que as emoções de uma debutante; tocava no tema da vida adolescente no dia-a-dia. Sua personagem estava constantemente envolvida com grupinho de amigas que faziam bullying com a protagonista. Acha que este tema trouxe reflexões importantes?
Com certeza! O que estava por trás da grande festa dos 15 anos é a realidade que todo adolescente vive ou viveu. Acredito que com o filme os adolescentes conseguiram se sentir representados, desde aqueles que se sentem muitas vezes como uma Bia, e também a conscientização daqueles que estão do outro lado, praticando o bullying.
Fale sobre os seus planos para o futuro.
Continuo e sempre vou continuar estudando bastante, porque acredito que nessa e em qualquer profissão, a gente tem que sempre estar inovando, descobrindo novas possibilidades! E claro, continuar trabalhando nessa arte que eu tanto amo…e que eu não me vejo fazendo outra coisa nessa vida.
Deixe uma mensagem.
A minha mensagem vai pra todos aqueles que assim como eu, tem um grande sonho (e essa mensagem vale pra mim também): a gente tem que se dedicar e correr atrás do que a gente quer, mas também precisamos ter calma! Cada vez mais tenho a certeza que as coisas vêm no tempo certinho!