Nascido na Bahia, o ator Tiago Deam sempre soube que sua verdadeira vocação estaria nas artes cênicas, porém sua primeira formação aconteceu em Londres quando concluiu sua faculdade de Direito.
Sua vida artística teve inicio quando recebeu em 2012 um convite na cidade do Rio de Janeiro para trabalhar como produtor em uma empresa de prestigio que organizar turnês internacionais.
Em 2014, foi chamado para fazer um teste para entrar na Escola de Atores Wolf Maya, onde se formou ano passado.
Em 2017 estreou pela primeira vez na televisão com a novela “Belaventura” da RecordTV, interpretando um ator da era medieval, onde contracenou com Eri Johnson.
Atualmente o ator integra o elenco da web série “Até Você Me Esquecer”, produzida pela Ponto Ação Produções, que nesse ano ganhará sua 2ª temporada no YouTube.
Como foi que sua carreira de ator se iniciou?
Desde pequeno sempre estive envolvido no grupo teatral da escola em que eu estudava. Eu já amava ensaiar, me apresentar, decorar texto e interpretar personagens. Na casa em que eu morava na Bahia tem um mesão de madeira, que quando eu era pequeno parecia bem maior rs. Lembro que eu subia nela e ficava interpretando cenas. Mas a coisa toda começou a acontecer há pouco mais de 3 anos aqui no Rio de Janeiro. Resolvi apostar de vez na atuação, me informei, conheci pessoas, passei num teste para a Escola de Atores Wolf Maya e desde então, graças a Deus, as oportunidades começaram a surgir. Fui chamado para fazer parte de uma companhia de teatro profissional, de onde já saíram 2 peças, uma diretora de novela me viu e me indicou para um trabalho na tv e uma coisa foi levando a outra.
Como foi o apoio da família em relação a sua escolha nas artes cênicas?
Eu venho de uma cidade do interior da Bahia sem nenhuma tradição teatral. Lembro que cheguei a dizer ao meu irmão que faria artes cênicas quando crescesse e ele não me levou a sério. Meus pais sempre ouviram das pessoas “Tiago tem talento, ele arrasou na apresentação hoje, invistam nesse menino”. Mas para minha família sinônimo de estabilidade e futuro garantido era fazer um curso padrão, medicina ou direito, numa boa universidade. Então quando tive que escolher, fazer cinema ou teatro não foi uma opção. Acabei formando em Direito, mas resolvi investir na atuação. Já adulto e sabendo o que eu realmente queria, conversei muito com eles. Muito. Então o apoio foi crescendo e vindo com um tempo. Na verdade eles foram entendendo o meu amor pela arte, a minha dedicação e a minha felicidade em estar fazendo algo que realmente me completa. Hoje são meus grandes incentivadores. Minha mãe já veio da Bahia num dia e voltou no outro, apenas para ver uma peça minha de surpresa.
Nascido na Bahia e tendo morado em Londres por quase 1 ano, como foi sua experiência nessa mudança?
Pois é! Tiago itinerante! Eu sempre fui muito inquieto e curioso. E essa inquietude minha família sempre incentivou. Aos 15 anos eu já tinha mudado para Salvador para morar sozinho com meus irmãos e estudar por lá. Quando completei 18, já estava trabalhando como promoter numa boate e como estagiário num escritório de advocacia. Mas eu queria ver outro mundo, eu sabia que não era só aquele em que eu vivia. E queria falar inglês fluente também rs Daí trabalhei muito, juntei um dinheiro, disse para os meus pais que não queria festa de formatura. Que preferia viajar. Então peguei o meu, eles me ajudaram um pouco e escolhi Londres para viver uma das maiores experiências da minha vida. Sozinho. Sem conhecer ninguém, com uma mochila nas costas e uma mala de mão. Difícil foi voltar de lá, mas o dinheiro tinha acabado! haha
Morando atualmente no Rio de Janeiro, o que motivou você a vim para a cidade maravilhosa?
Rio de Janeiro sempre foi a minha Disneylandia. Eu cresci vendo as novelas filmadas aqui, os grandes shows que aconteciam, o grande centro de atuação, então sempre foi um sonho. Assim que eu voltei de Londres, para minha surpresa, recebi um convite para trabalhar no Rio numa empresa de produção de turnês internacionais.
Coração disparou, eu fiquei doido, juntei umas umas roupas e vim! Até me estabilizar mais, fui dormindo na casa de amigos, de parentes..eu era o retirante do Rio. Cada semana eu tava na casa de alguém diferente dormindo na sala, na cozinha, na dispensa, sendo expulso, sendo roubado…olha…foi um período de provação! rs Passei!
Como foi sua experiência estudando com Wolf Maya? Qual foi a contribuição na sua carreira?
A Escola Wolf Maya é a minha base. Foi a grande experiência com a atuação, o primeiro contato mais profissional com o meio. Me ofereceu grandes artifícios tanto para TV, quanto para o teatro. O bom aproveitamento depende exclusivamente de você. Da sua dedicação. Eu posso dizer que passei por grandes profissionais, que me desconstruí para poder me construir de novo. Me descobri como artista e sigo me descobrindo. As primeiras oportunidades da minha carreira vieram ainda dentro da escola. Mestres e ensinamentos estão guardados em mim e os levo onde eu for e no que seja q eu vá trabalhar. Gratidão.
A novela “Belaventura” foi seu primeiro trabalho na televisão, onde deu vida a um personagem da idade média. Como foi a preparação para encarar esse novo personagem?
Foi uma participação, pequena
até, eu diria, mas que se tornou enorme por ter sido a minha primeira. Para um
cara que veio do interior da Bahia e sempre assistiu tv desde pequeno, estar
dentro dela foi um passo enorme conquistado em pouco tempo.
Apesar de interpretar um ator de teatro, algo que poderia estar na minha zona
de conforto, a equipe foi extremamente cuidadosa, nos mínimos detalhes. Tive 2
semanas de preparação junto com uma equipe. Entendemos a atmosfera da época, os
comportamentos, a responsabilidade. Pesquisamos os trejeitos. Fomos descobrindo
as cenas aos poucos. A equipe de figurino, arte e caracterização foi incrível!
Tiraram medidas minhas dos pés a cabeça e dedos das mãos! Rs No final eu queria
levar meu figurino pra casa de tão lindo que ficou. Lembro que a primeira cena
que gravamos foi uma externa. Uma batalha em arena aberta. Havia muita gente.
Uma grande estrutura. Eu fui literalmente transportado ao passado.
O que o fez escolher cursar Direito?
Família! Rs. Na verdade digamos que eu tive duas opções: direito ou medicina. Esses dois cursos estavam em alta, todos os primos estavam estudando ou um ou outro. Então eu acabei tendo uma grande influência deles na decisão. Como eu nunca fui de exatas e no Direito as matérias que mais contavam eram as de humanas e o curso é muito assim também, acabei optando por ele. Achei que me daria melhor. Foi válido. Tudo é válido de alguma forma.
Como está sendo participar de “Até Você Me Esquecer”?
Enriquecedor. Por vários motivos. Conheci mais do mundo digital e como ele funciona. Vi que é uma grande potencia que inclusive está ganhando e “roubando” cada vez mais atenção da TV. Pude conhecer também o universo das funfics que é incrível e extremamente criativo. Poder trabalhar num projeto onde os gays são os personagens principais e não os secundários, os antagonistas, o núcleo c…é fantástico. É fantástico porque nivela, porque iguala, porque naturaliza o que é natural sim! E o principal, poder comunicar com um público que me abraçou de verdade desde o começo e que tem sido tão carinhoso e tão atencioso comigo é de uma honra tão grande que eu só fico querendo estudar e me dedicar mais a esse trabalho. Porque é isso que eles merecem. Extremamente agradecido a produtora Ponto Ação pela confiança e aos fãs, o meu eterno carinho.
Quais são suas inspirações como ator?
Eu procuro ver de tudo e não julgar nada. Apenas reconhecer o que me cabe melhor, qual linha eu gostaria de também seguir no meu trabalho. Eu posso citar nomes como Johnny Depp, Anthony Hopkins, Jennifer Lawrence, Dylan Minnette, Natalie Portman, os brasileiros Alice Braga, Rodrigo Santoro, os novos Danilo Mesquita e Luisa Arraes, Adriana Esteves, Jesuíta Barbosa, Cauã…tem muita gente boa que me inspira. E temos uma nova geração bastante promissora.
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