Aprendi com meu pai que palavra vale mais do que qualquer papel assinado, hoje entendo que o que meu pai dizia se dizimou pelo tempo e que palavra só vale quando o resultado for favorável a quem as proferiu.
Se minha estreia como colunista foi facilitada por ser pós-goleada, hoje confesso que deixar a emoção de lado e falar com a razão se torna difícil, porém com a cabeça fria, apontar algumas situações que poderiam ter sido diferentes acaba se tornando inevitável.
Apontar um único culpado, após uma derrota é mais fácil do que parece, porém a vitória não é de um herói, assim como quando ela não vem, não existe apenas um Judas e acredito que todos têm sua parcela de culpa, maior ou menor.
Olhando para todo o campeonato, acredito que a maior parcela dessa culpa, recaia sobre a diretoria, e olha que eu venho defendendo-os há muito tempo. Porém quando você menospreza um torneio, diz que não é importante, você deve cumprir a sua palavra e não agir de forma contrária ao que você prega. Se realmente não se importava com o campeonato, entrem com times alternativos, façam experiências, acredito que a torcida estaria muito menos irritada hoje e a pressão sobre o time seria menor nos campeonatos vindouros.
Agir como agiram, só serviu para dar munição à mídia e hoje teremos que aguentar: “Ué, não era paulistinha? Por que entrou com time principal? Então era uma desculpa antecipada se caso perdessem?”. Em minha opinião, a colocação do time titular foi por causa do dinheiro, para que o torcedor fosse ao estádio, pagasse caro, porém, se a intenção foi essa, o tiro saiu pela culatra, como diriam os mais velhos.
Felipão. Sou fã declarado dele, porém foi outro a alimentar a ira da mídia contra nós. Ele em todo momento enalteceu o campeonato, dizendo que jogava para vencer, quando, se fosse realmente desejo da direção que fosse um torneio de pré-temporada, poderia ter feito testes, colocado mais jogadores para a peleia, os jogadores menos utilizados, com certeza iriam correr mais, iriam buscar mais a chance de disputar os campeonatos maiores.
Os jogadores. Técnico, diretor, torcedor não faz gol, quem entra em campo são eles, é o trabalho deles, em qualquer empresa, todos os funcionários são cobrados por desempenho, e se o torneio tem a importância dada, faltou da parte deles o algo a mais, faltou sentir câimbra no meio do jogo, ou ao final, sair estafado do campo, isso só se viu no outro time, não no nosso, apenas Victor Luiz (único da base).
Terra arrasada? Claro que não, no ano passado perdemos o paulista e fomos campeões brasileiros, e semifinalistas na copa do Brasil e libertadores, portanto tem muita água para passar pelas alamedas, e tenho certeza que os erros foram no intuito de acertar e essa busca virá no futuro.
Agora é virar a página do paulista, lutar como nunca pelos próximos campeonatos, a cobrança em cima do elenco será maior, mas tenho certeza que nossa torcida irá apoiar sempre que o alviverde surgir imponente para o prélio.
Leandro Santile