Daniel Pereira passou longe de ser responsável por qualquer tipo de ilegalidade; golpe foi armado na gestão de Confúcio Moura (para variar)
Quem vai pagar a fatura?
Rondônia foi surpreendida com a segunda fase da operação policial batizada de “Pau Oco”, deflagrada pela Polícia Civil com intuito de combater a corrupção na secretaria de Meio Ambiente. O problema é que, entre os investigados estava o ex-governador Daniel Pereira (PSB), que foi alvo de uma busca em sua residência. Ora, Rondônia, como diz o advogado Amadeu Machado, “é terra de muros baixos” e por essas bandas de Rondon, todo mundo sabe exatamente quem é pilantra, quem prevarica, os propineiros e quem rouba. E sabe também que Daniel Pereira não se enquadra em nenhuma dessas categorias. E não, não tenho procuração para defendê-lo, tampouco tenho, como se diz atualmente, “político de estimação”.
Porém
Conheço bem a trajetória política de Daniel Pereira para saber que ele não se meteria em uma lambança dessa natureza por dinheiro. Pelo contrário, seria o primeiro a denunciar qualquer irregularidade que lhe chegasse ao conhecimento, estando governador ou não. E eis que de repente ele se vê metido em um emaranhado criado na Sedam pela turma de Confúcio (sempre eles). Em fevereiro deste ano, PAINEL POLÍTICO publicou uma denúncia que havia sido feita ao Ministério Público do Estado, referente a uma permuta supostamente ilegal feita pela SEDAM em uma área denominada Seringal Paraty, situada na região de Guajará-Mirim.
O golpe
Começou em 2016 e basicamente foi o seguinte, uma empresa, apresentando uma simples escritura pública de cessão, que por sua vez não fazia referência a nenhum direito de propriedade sobre o imóvel, ou seja, forte indício de nulidade. E para completar, foram anexados aos referidos processos CCIR – Certificado de Cadastro de Imóvel Rural que apesar de serem do mesmo imóvel traziam informações totalmente divergentes no que se refere ao tamanho da área, sendo que um retratava uma área de 117 hectares e outro uma área de 117.048,00 hectares, ou seja, 1000 (mil) vezes maior. Se levarmos em conta que o preço médio comercializado no Estado de Rondônia pelo hectare de servidão florestal que gira em torno de R$ 700,00 o golpe foi equivalente a R$ 45.224.176,62.
Em 2016 já haviam questionamentos sobre a área
Agora olha só
Com apenas o documento de cessão, com uma série de irregularidades pesadas, a Sedam emitiu para a empresa uma Certidão de Habilitação de Imóvel para fins de Compensação de Reserva Legal no 001/2017 onde esta se creditou de 64.605,966 hectares. Isso tudo foi apontado pelo procurador Antônio Isac Nunes Cavalcante de Astrê na época, e nada foi feito. Mais interessante ainda é que Daniel Pereira sequer comandava o Estado, tampouco tinha qualquer tipo de influência sobre a Sedam que era comandada por Vilson de Salles Machado – e tinha Denison Trindade Silva como coordenador de unidade de conservação. Onde Daniel Pereira entra nesse rolo? Nem o Ministério Público sabe. Mais curioso ainda é saber quem autorizou o grampo no governador, sendo que para que isso seja feito, é necessário que o inquérito seja instaurado pelo STJ.
Processo formalizado em 2016
Informações prestadas estavam incorretas e foram dadas em 2016
Enquanto isso…
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, gastou R$ 1 milhão da verba de gabinete para contratar os serviços de três pequenas gráficas em Brasília. O caso tornou-se um mistério na Casa. Os negócios realizados entre 2014 e 2018, permanecem em sigilo porque o setor de Transparência do Senado, há três meses, se recusa a fornecer ao jornal O Globo, que descobriu a negociata, as notas fiscais apresentadas pelo senador. Transparência com dinheiro público pra que, né?
Vida difícil
Eyder Brasil, líder do governo na Assembleia Legislativa bem que se esforçou, mas passou longe de convencer seus pares que os primeiros 100 dias de governo Marcos Rocha serviram para alguma coisa. Em discurso na Casa, alegou que “o enxugamento e a desburocratização da máquina pública e o combate à corrupção” são destaques nesta gestão. E como prometer não dói, alegou que Rocha vai atuar “prioritariamente com investimentos maciços na segurança pública, educação e saúde”. Eyder, ao que tudo indica, faz jus a seu sobrenome Brasil, aquele que vive de esperança e sonha com aquele “país do futuro” que nunca chega…
Agora é oficial, estudo comprova que carne vermelha e carnes processadas são responsáveis por câncer colorretal
Um estudo do Reino Unido feito a partir de dados de 475 mil pessoas mostrou uma ligação entre o consumo de carne vermelha e de carnes processadas, como bacon e linguiça, à ocorrência de câncer colorretal (de intestino ou reto). A pesquisa foi publicada nesta quarta (17) na revista International Journal of Epidemiology. Foram avaliadas informações de pacientes entre 40 e 69 anos, ao longo de 5,7 anos, em média. Nesse período foram detectados 2.609 casos de câncer colorretal. A ideia dos cientistas era investigar se o consumo de alguns alimentos poderia ser associado ao surgimento da doença. Nessescasos é difícil falar em causalidade, já que as causas propriamente ditas podem ser múltiplas, inclusive genéticas, mas sim de uma correlação estatística. A favor do estudo está o grande número de casos, que dá peso à associação. Quanto maior o consumo de carne vermelha (bovina, ovina e suína, por exemplo) e de carnes processadas (salame, presunto, charque etc), maior a incidência de câncer colorretal. Pelas contas dos pesquisadores, um consumo diário de carne vermelha e/ou processada de 76 gramas em comparação a um de 21 gramas está associado a um aumento de 20% na chance de desenvolver câncer colorretal.