A ponte sobre o Rio Madeira, na região do Abunã, em Porto Velho (RO), deve ficar pronta até junho. Ainda que haja rumores de que as obras vão ser paralisadas por falta de dinheiro, a cada semana há um aumento de 10 metros na contagem do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), responsável pela obra.
Com um investimento que já chega à casa dos R$ 153 milhões, a ponte sobre o Rio Madeira, iniciada ainda no governado da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2014, deve ligar o Acre definitivamente ao restante do país. Atualmente, a única Capital do Brasil isolada por terra, com uma balsa sendo utilizada para acesso, é Rio Branco.
Com 1.084 metros de extensão, a ponte já consumiu mais de 4 mil toneladas de cimento, atrelada a outros 24 mil metros cúbicos de ferro armado. Ao todo, 85 homens atuam no canteiro de obras, mas esse número já chegou a 160 trabalhadores. Eles foram responsáveis por implantar as pilastras que têm 58 metros de profundidade.
O secretário de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano (Seinfra), Thiago Caetano, explica que há um empenho contínuo do governador do Acre, Gladson Cameli, em garantir que os recursos para a ponte, construída em Rondônia, sejam disponibilizados para a obra, já que o maior interessado no investimento é a população do chamado “lado do Acre”.
“A ideia é que pelo que falta, em torno de mais oito semanas, mais ou menos dois meses, já concluímos essa ponte. Isso representa para o Estado, não apenas uma obra, mais uma oportunidade para a gente poder levar aos acreanos e produtores, o agronegócio. Essa ponte é um marco para o desenvolvimento do Acre”, comenta o secretário.
As obras, contudo, não estão totalmente concluídas com o término da construção da ponte. A necessidade de alteração no projeto inicial dos acessos, ou seja, das cabeceiras, percebido apenas em 2014, com a cheia histórica do Rio Madeira, que deixou o Acre totalmente isolado por terra, pode atrasar ainda mais a entrega da ponte.
“Já faz mais de três anos que a gente alerta para esse problema. O novo ministro, inclusive, era diretor na época em que nós iniciamos essa obra, então a gente acredita que ele terá a sensibilidade de olhar para essa situação. Já foi aportado R$ 8 milhões, e a expectativa é que se aporte mais para a conclusão dessa obra”, aponta Caetano.
O problema já foi reportado pela reportagem em datas passadas, mas ainda não avançou muito em solução. A proposta de alteração do projeto continua aguardando aprovação em Brasília (DF), o que pode prejudicar os planos do governo de Cameli, que quer entregar a nova rota até o final de 2019.
O engenheiro supervisor da obra, Fernando Arantes, contou antes á reportagem, que por conta da última enchente do Madeira, que atingiu as cabeceiras antes estipuladas a 94 metros, precisaram ser modificadas para 100, e é justamente isso que está emperrando o projeto na Capital Federal.
“Temos ainda a indefinição dos projetos, que falta a aprovação que estão em análise em Brasília. Havendo a autorização para a execução, daremos início as obras do acesso da ponte para garantir a entrega completa da obra”, explica o engenheiro que, questionado sobre os acidentes que prejudicaram a estrutura da ponte, preferiu desconversar.
Fonte:Ac24horas