Fazenda Três Capelas virou palco de ação judicial com direito a medidas restritivas; propriedade era de ex-senador e sua falecida esposa, Maria Helena
Abrindo
No dia 11 de julho de 2018 morria em Ariquemes o ex-senador Rubens Moreira Mendes, cuja história se confunde com a de Rondônia, Estado que ele ajudou a desbravar e a construir. Pecuarista, defensor dos produtores rurais e com fortes ligações com o setor produtivo no Brasil, Moreira era proprietário do Hotel Fazenda 3 Capelas, uma área de 1.000 hectares há pouco mais de 50km de Porto Velho. Falar sobre a fazenda fazia Moreira brilhar os olhos. Era seu ‘xodó’ há praticamente cinco décadas. E lá era onde Moreira Mendes fixou residência, quando sua primeira esposa, Maria Helena Moreira Erse, faleceu em 2010. Algum tempo depois, Moreira se uniria à advogada Maria Cristina Dallagnol. Ele então se dividia entre a Três Capelas e Ariquemes, onde também tinha uma casa.
Depois do luto
Com o falecimento de Moreira, Maria Cristina rompeu os laços que mantinha até então, com os filhos do ex-senador, Ricardo, Guilherme e Rodrigo. Ricardo estava morando em uma casa anexa a residência principal da Três Capelas há pelo menos três anos, e eis que no início deste ano, foi surpreendido com a visita de um oficial de justiça determinando que ele deixasse sua casa, pois havia uma “medida restritiva” contra ele, movida pela advogada Maria Cristina. A mesma registrou uma ocorrência alegando que os filhos do ex-senador teriam removido seus bens para um lugar que não se sabe” e isso seria ‘violência doméstica’. Com isso, ele deveria deixar a casa, vez que a advogada seguiu usando a sede da fazenda como moradia, quando vai a Porto Velho.
Os irmãos
Já haviam feito um entendimento entre eles que, todos os bens de Moreira Mendes, referentes à Ariquemes, ficaria para a advogada. Roupas e objetos pessoais da advogada não foram “removidos para um lugar que não se sabe”. Tudo foi encaixotado, dobrado e deixado na sala para que ela pegasse quando quisesse e o procedimento foi filmado e acompanhado por funcionários da fazenda. Guilherme é sócio-gerente do hotel fazenda, e já conseguiu autorização judicial para entrar no local e gerir o negócio. Nos próximos dias o Tribunal de Justiça deve julgar a medida protetiva impetrada pela advogada, que foi baseada na lei Maria da Penha. Os filhos de Moreira argumentam que Maria Cristina falseou a verdade para obtenção da medida, concedida em Candeias do Jamari.
Esse caso
Nem deveria estar sendo debatido em âmbito judicial. Até os bagres do Madeira sabem que a Três Capelas sempre foi de Moreira Mendes e consequemente de seus filhos. É um patrimônio familiar, construído junto com sua finada esposa Maria Helena. O bom senso, aquele que faz falta vez em quando, deveria prevalecer em um caso dessa natureza por parte de quem quer que seja ao integrar uma família que já tem uma história tão longa. Esse, ao que tudo indica, é apenas o primeiro capítulo de um caso que vai render dissabores a todos os envolvidos, o que é lamentável. Moreira era um homem prático, que não fazia rodeios sobre quaisquer temas. Eu pessoalmente o entrevistei dezenas de vezes, e ele nunca fugia a nenhum tema. Mas dois assuntos faziam ele falar com empolgação, a fazenda Três Capelas e a relação que tinha com seus três filhos. Por vezes tumultuada, mas sempre com afeto.
Deu ruim
O ex-presidente da Assembleia Legislativa, Maurão de Carvalho foi condenado nesta segunda-feira pelo Pleno do Tribunal de Justiça de Rondônia a 14 anos e 7 meses de prisão por crimes de peculato, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro em uma ação penal movida pelo Ministério Público. Após a publicação do Acórdão (que deve acontecer nos próximos dias), a defesa deve ingressar com embargos de declaração, o que não costuma alterar a pena. Advogados ouvidos por PAINEL POLÍTICO afirmam que até agosto deste ano Maurão deve começar o cumprimento da sentença.
Já são cinco
Os ex-presidentes da Assembleia Legislativa de Rondônia que foram condenados pelo TJRO. Marcos Donadon, Carlão de Oliveira, Natanael Silva, Valter Araújo e agora Maurão.
Bizarrice
Ver Wilson Witzel em um helicóptero anunciando que vai participar de operação contra bandidagem em Angra dos Reis é a coisa mais estapafúrdia que você vai ver um governador fazendo nos últimos tempos. É surreal. Ainda mais louco é perceber que um bando de gente acha isso normal e que ninguém coloca um freio no louco.
Pesquisadores da Unicamp desenvolvem método inédito para diagnosticar Alzheimer
Entre os principais aspectos que envolvem o Alzheimer, doença degenerativa que afeta áreas do cérebro e provoca perda de memória, o diagnóstico precoce segue como um dos maiores desafios da área médica. Pensando nisso, pesquisadores da Unicamp desenvolveram um método inédito para identificar os primeiros sinais da patologia. A tecnologia foi desenvolvida pelo Instituto de Computação da universidade, em parceria com o Instituto Nacional de Saúde, dos Estados Unidos. A técnica, que analisa ressonâncias magnéticas baseadas em mais de 20 mil imagens de cérebros (saudáveis e doentes), cria um sistema de inteligência artificial, onde um computador é capaz de apontar quais áreas do cérebro estão em fase inicial de Alzheimer. “Nossa ideia é fazer uma ferramenta que auxilia o diagnóstico. Vamos gerar os dados para o médico tomar uma informação mais detalhada, embasada, precisa e mais rápida”, explica o pesquisidor Guilherme Folego. Ele afirma que os médicos só conseguem ter certeza da manifestação do Alzheimer quando a doença está em estágio avançado, e que o sistema convencional utilizado para apontar a probabilidade da doença demora, atualmente, de 15 a 20 horas. “Nosso sistema, por outro lado, demora de 10 a 15 minutos, então é bem expressivo. Você consegue ajudar o médico a fazer um diagnóstico mais preciso e eficiente”.O próximo passo da pesquisa, segundo os pesquisadores, é encontrar parcerias para que a nova ferramenta seja utilizada por meio de software, ou seja, funcione através de um programa de computador que possa ser instalado nos consultórios médicos e laboratórios.