Condenação transitou em julgado ainda ano passado, ele foi preso e ainda cumpre pena, mas Senado ignora decisão do Supremo
Uma coisa é uma coisa…
O jornal O Globo estampou nesta sexta-feira reportagem contestando um projeto de Acir Gurgacz (PDT) que que propôs a idoneidade moral e reputação ilibada para cargos comissionados nos poderes da República. Para o jornal, por estar cumprindo pena em regime aberto, seria uma incoerência o senador rondoniense propor estes limites. Evidente que seria bem melhor que Acir não estivesse maculado a esse ponto, mas a proposta é válida e deveria sim ser adotada. Porém, o jornal tocou em um ponto mais sensível, e eu explico. Segue ai…
Pacto de silêncio
De acordo com a reportagem existe uma espécie de ‘acordo’ silencioso em torno da cassação do mandato de Acir Gurgacz, que deveria ter sido levada adiante pelo Senado tão logo saiu o mandado de prisão. Isso porque a pena previa a perda dos direitos políticos, além é claro, do cumprimento da sentença em presídio. O calvário de Gurgacz foi agravado por ele próprio, em um rompante tomado ainda em 2018, quando decidiu atacar, em nota, o ministro Alexandre de Moraes do Supremo. Na época, Gurgacz teceu pesadas acusações contra o ministro, que sendo o relator do processo, não poupou tinta na caneta na hora de proferir a sentença.
E o problema
É exatamente esse. O ex-presidente do Senado, Eunício Oliveira como estava em fim de mandato, deixou pra lá o ‘assunto Gurgacz’. David Alcolumbre se faz de ‘gato morto’ sobre o tema e Acir segue lépido e faceiro em suas funções no Senado Federal. Se a proposta apresentada por ele é incoerente devido a sua condição é um fato, é. Mas, isso não a diminui. Para tomar posse em qualquer cargo ao ser aprovado em concurso, é preciso apresentar uma série de certidões e a depender da função ainda é feita uma investigação social, então porque os comissionados não podem passar pelo mesmo crivo?
Essa situação
Mostra bem como está nossa representação na casa legislativa mais importante do país. Temos um ex-governador que vive em um universo paralelo, um ex-radialista que segue falando demais e um empresário que, fragilizado, é contestado em seus posicionamentos. Politicamente Gurgacz tem discurso coerente, demonstra conhecimento dos mais diversos temas. Mas, tem uma coisa que ele não consegue se desfazer, que é aquele ar de superioridade típico de quem é acostumado a mandar sem ser questionado. Bateu de frente com um que é igual ou pior, chamado Alexandre de Moraes e deu no que deu.
Cena bizarra
Primeiro achei que fosse montagem, depois vi que não, era pra valer. O ministro da educação, ao lado do presidente com uma centena de chocolates tentando explicar, com o perdão da palavra porque não consigo pensar em outra, cagada no orçamento da educação. Mais doido ainda foi o presidente pegando e comendo a metade de um chocolate. E o que era aquela tradutora de Libras? Ela não sabia se traduzia, ria ou se pegava um chocolate. Não viu? eu mostro, olha ai.
Podcast
Agora é oficial. Seguindo as tendências da internet, estreamos nesta sexta-feira nosso podcast. Tá, o primeiro parece essa conversa ai de cima, meio tosco, mas prometo que vamos melhorando nos próximos. Se você usa o Spotify, pode ouvir direto no app neste link (https://open.spotify.com/show/0wsngSK3d7LJmINwRZKOLe?si=ItXozilCRSGVsTzQ_i0HHA). Já estamos trabalhando para colocar no iTunes também. Se preferir, pode ouvir direto no nosso canal no Anchor (https://anchor.fm/painelpolitico). Toda sexta-feira vou estar comentando os assuntos da semana. E também vou estar colocando podcasts de acordo com algum assunto importante do dia. Abaixo, o primeiro.
Jejum pode reduzir o gasto calórico e aumentar a fome
Dietas muito restritivas ou mesmo a adoção de longos períodos de jejum aumentam a produção no corpo do chamado hormônio do crescimento. Pois pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) mostraram que essa substância dispararia a fome e faria o organismo reduzir seu gasto calórico – dois problemões para quem deseja emagrecer. O hormônio do crescimento é fundamental para manter os tecidos do corpo sadios e para o desenvolvimento na infância e adolescência. Mas, nesse estudo com camundongos, os experts focaram na sua atuação em uma família específica de neurônios que controlam o apetite e o gasto energético. “Ele envia um sinal para o cérebro indicando que o organismo está passando fome”, resumiu José Donato, fisiologista que coordenou o trabalho, ao site da Revista Pesquisa Fapesp. Esse alerta intensifica a vontade de comer e libera outros hormônios, que colocam o corpo numa espécie de modo de economia de bateria. Outros trabalhos já haviam demonstrado que a concentração do hormônio do crescimento sobe em situações de privação alimentar, porém os motivos dessa reação ainda eram desconhecidos.