Bayer foi novamente condenada por doenças causadas pelo produto Roundup. Dessa vez a sentença é de R$ 2 bilhões, uma das maiores da história. E o produto está na sua mesa todos os dias
Uma ação
Nesta semana a gigante alemã Bayer sofreu um pesado revés em função de ter comprado a Monsanto, produtora de um dos mais famosos herbicidas do mundo, o Roundup. A empresa foi condenada a pagar U$ 2 bilhões a um casal americano que teria desenvolvido câncer pelo uso de Roundup no jardim de sua casa por 30 anos. A empresa também foi condenada a pagar o tratamento médico de ambos, algo em torno de U$ 55 milhões. A empresa vai recorrer, e dificilmente o casal receberá o dinheiro, tendo em vista que eles tem 74 e 76 anos respectivamente. Mas, essa ação chama a atenção para um problema que afeta diretamente grande parcela da população de Rondônia, o uso indiscriminado do Roundup, cuja base é o glifosato, um composto controverso. Em março a Bayer já havia sido condenada em outra ação. Falei sobre o caso e vou fazer novo alerta. Segue o fio que eu explico melhor.
Roundup Ready
O Roundup é um dos herbicidas mais usados no mundo. O glifosato é utilizado em mais de 750 produtos como agrotóxico e há indícios comprovados de que o glifosato do produto Roundup tenha efeitos nocivos sobre a saúde humana, como o aumento da incidência de certos tipos de câncer e alterações do feto por via placentária, gerando microcefalia. Além disso pode causar danos aos sistemas cardiovascular, gastrointestinal, renal, nervoso e respiratório. Também é uma substância bacteriogênica que impede a reprodução da flora intestinal. A substância também estimula o surgimento do autismo. Isso tudo na sua mesa todos os dias, no café, almoço e jantar.
Tem que controlar
Rondônia faz parte das chamadas ‘fronteiras da soja’ e com ela vem o aumento no uso de agrotóxicos. Na região sul do Estado, chegam pacientes com relatos de ânsia de vômito, coceira na pele, falta de ar e tonturas, sintomas que estão se tornando cada vez mais comuns entre a população que vive próximo a regiões produtoras. Não por acaso aumentou absurdamente a quantidade de diagnósticos de câncer em Rondônia, chegando ao ponto do Hospital do Câncer de Barretos construir um gigantesco anexo chamado “Hospital do Amor da Amazônia”, ou alguém acha que câncer é “transmitido por carapanã”?
Essa fiscalização
Cabe ao governo e ao legislativo. Passou da hora da Assembleia requisitar dados e estudos sobre o uso de defensivos agrícolas no Estado, fazer um acompanhamento das estatísticas, porque tudo isso gera uma conta paga por todos nós. Enquanto meia dúzia fica milionária ganhando dinheiro plantando soja, milhares ficam doentes sem nenhuma idéia dos motivos. E não se engane. Enquanto nos EUA o governo se preocupa com esses números, no Brasil existe uma forte corrente para que “libere geral” o uso de agrotóxicos nas lavouras, e não apenas da soja. Vale lembrar que o glifosato é usado até para limpar quintais, “joga veneno que acaba com esse mato, mana”. E pelo jeito está acabando também com milhares de vidas.
Terceiro lugar
E já que o assunto é agricultura, de acordo com o Levantamento da Safra de Grãos 2018/19, a colheita de algodão em Rondônia está estimada em 6,4 mil toneladas de algodão em pluma, cultivados em 4.500 hectares. Neste cenário, Rondônia se posiciona como o terceiro maior produtor da cultura na região Norte do Brasil, atrás apenas de Roraima e Tocantins, com 10,5 e 7,1 toneladas, respectivamente. O volume rondoniense representa 26,7% do total produzido na região que chega a um total de 24 mil toneladas.
Paladino, não
No julgamento que concedeu a liberdade a Michel Temer na tarde desta terça-feira, o ministro do Superior Tribunal de Justiça Nefi Cordeiro mandou um duro recado à magistratura. Sem citar nomes afirmou, “não se pode prender por desejos sociais de justiça instantânea. Juiz não enfrenta crimes, não é agente de segurança pública, não é controlador da moralidade nem dos destinos da nação. Deve conduzir o processo pela lei e pela Constituição. Somente ao final do processo, reconhecer a culpa ou declarar absolvição. Não é símbolo de combate à criminalidade.” Entendeu Bretas?
Crianças menores de cinco anos devem ter menos tempo de tela e mais atividades físicas, diz OMS
Crianças menores de cinco anos de idade devem ser fisicamente ativas e ter uma boa qualidade de sono, bem como passar o mínimo de tempo possível restritas em carrinhos ou cadeirinhas de bebê ou sentadas diante de telas, de modo a poderem crescer saudáveis, dizem as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). A nova orientação publicada em 24 de abril, foi também apresentada no fim de semana de 27 e 28 de abril na European Conference on Obesity (ECO) 2019. Contudo, essa orientação gerou críticas de especialistas que questionam a qualidade das evidências utilizadas para fundamentar as recomendações, bem como a viabilidade e as vantagens de limitar o tempo de tela. A OMS convocou um grupo de especialistas para revisar a literatura disponível sobre o impacto do sono inadequado, do tempo de tela e do sedentarismo nas crianças, bem como as vantagens do aumento do grau de atividade. A seguir, o grupo elaborou uma série de recomendações para lactentes, crianças entre um e dois anos de idade e crianças entre três e quatro anos de idade, enfatizando a atividade física e a boa qualidade do sono. Além disso, os especialistas reforçaram a importância de as crianças não passarem mais de uma hora por dia em carrinhos ou cadeirinhas de bebê, e recomendaram que elas fiquem o mínimo de tempo possível na frente de alguma tela. A Dr. Fiona Bull, Ph.D., gerente do programa de vigilância e prevenção de doenças não transmissíveis para a população, acrescentou que o aumento da atividade, a redução do tempo de sedentarismo e o fato de assegurar uma boa qualidade de sono irá melhorar a saúde física e mental e o bem-estar. Além disso, essas mudanças vão “ajudar a prevenir a obesidade infantil e as doenças associadas mais tarde na vida”.