segunda-feira, 4 agosto, 2025
No Result
View All Result
Folha Nobre
  • Todas Notícias
  • Rondônia
  • PodCast
  • Expediente
Folha Nobre
No Result
View All Result
Folha Nobre
No Result
View All Result

Sim, Supercampeões Mundiais!

24/06/2019
in Santos FC

[bloqueador2]

Por Odir Cunha, do Centro de Memória

Terça-feira, 24 de junho de 1969. Apenas cinco dias depois de se tornar tri campeão paulista, o Santos entrava em campo no estádio de San Siro, Milão, para o primeiro jogo da decisão da Primeira Recopa Mundial. O adversário era a Internazionale, que há um mês se preparava para o embate. Disputada apenas por campeões do mundo, a Recopa daria ao vencedor o cobiçado título de Supercampeão Mundial.

Organizada pela Conmebol (Confederación Sudamericana de Fútbol), em parceria com a Uefa (Union of European Football Associations), a competição, iniciada em 1968, permitia apenas a participação de campeões mundiais (ou “intercontinentais”) e colocaria frente a frente os supercampeões americano e europeu.

Assim, da chave americana participaram Santos, bicampeão mundial em 1962/63; Peñarol, do Uruguai, campeão do mundo em 1961 e1966, e Racing, da Argentina, campeão em 1967. O representante da Europa sairia de um duelo entre Real Madrid, campeão do mundo em 1960, e Internazionale, bicampeã mundial em 1964/65.

Entretanto, a Inter teve a vida facilitada e se tornou finalista sem jogar quando o Real desistiu da disputa europeia. Na América do Sul, porém, a disputa foi renhida, principalmente entre Santos e Peñarol, enquanto o Racing acabou sendo o fiel da balança.

No Brasil, o Santos venceu o Racing por 2 a 0 e o Peñarol por 1 a 0. Fora, bateu o Racing por 3 a 2 e perdeu para o Peñarol por 3 a 0. Na última partida do grupo, em 22 de maio de 1969, o Peñarol estaria classificado para a final – por saldo de gols – se vencesse o Racing, em Buenos Aires. Porém, o empate de 1 a 1 colocou o Santos na decisão.

Cerca de 55 mil pessoas foram ao San Siro ver o tira-teima entre os gigantes da América e da Europa. Pelé não quis ficar de fora, mesmo sentindo o tornozelo desde o último jogo do Campeonato Paulista, contra o São Paulo. O técnico Antoninho escalou o time com Cláudio (depois Laércio), Carlos Alberto, Ramos Delgado, Djalma Dias e Rildo; Clodoaldo e Negreiros; Edu, Toninho Pelé e Abel.

Pela equipe italiana, o treinador Maino Neri colocou em campo Ivano Bordon, Tarcisio Burgnich, Cesare Poli, Gianfranco Bedin, Aristide Guarneri, Giancarlo Cella, Jair da Costa, Alessandro Mazzola, Angelo Domenghini, Mario Corso e Giovanni Vastola. Na arbitragem , o espanhol José María Ortiz de Mendíbil.

imagem24-06-2019-18-06-36

Toninho, como um raio

O jogo começou nervoso, truncado, mas era o Santos quem tomava a iniciativa e buscava mais o gol. Nem mesmo a contusão do goleiro Cláudio, que sofreu distensão muscular logo aos 14 minutos e teve de ser substituído por Laércio, abateu a equipe.

Após uma primeira etapa sem gols, o panorama não mudou na segunda. Aos 10 minutos, o goleiro Ivano Bordon se atirou aos pés de Pelé para evitar o gol brasileiro. Dois minutos depois o zagueiro Gianfranco Bedin puxou Negreiros pela camisa nas proximidades da área italiana. Pelé bateu com força, Bordon não conseguiu segurar e Toninho Guerreiro surgiu como um raio para estufar as redes.

Mesmo com a vantagem, o Santos prosseguiu dominando. A Inter só foi apertar no finzinho da partida e teve sua melhor chance aos 43 minutos, quando, após uma confusão na área santista, o zagueiro Tarcisio Burgnich acertou a trave.

Após a vitória, incontestável, surgiram rumores de que o segundo jogo da final também seria na Itália, possivelmente em Napoles. O presidente do Santos, Athié Jorge Cury, negou a informação e deixou claro que não que não aceitaria pressões para mudar o local da partida:

Acertamos tudo antes. O primeiro jogo na Itália, o segundo no Brasil, e para o caso de um terceiro, campo neutro. Não mudamos de ideia e o regulamento terá de ser cumprido.

Como se sabe, a Internazionale, diante da possibilidade de sofrer um resultado vexatório no Brasil, desistiu de fazer o segundo jogo e cedeu ao time brasileiro a valiosa taça – hoje exposta no Memorial das Conquistas da Vila Belmiro.

Sucesso de público e de crítica

O futebol vistoso dos santistas fez com que, por vezes, o público se esquecesse de que estava diante de um time adversário e aplaudisse as jogadas brasileiras. Segundo o Jornal do Brasil, Pelé era o mais ovacionado:

Dos seus pés nasceram as mais belas jogadas da partida. Teve uma atuação excepcional, fazendo muitas vezes com que a torcida se esquecesse que ele era um adversário e o aplaudisse delirantemente.

A imprensa italiana também se rendeu à superioridade santista. Para o jornal Gazzetta dello Sport, de Milão, o Santos mereceu amplamente a vitória conquistada. O Corriere dello Sports acrescentou:

O Santos dominou, porém só Toninho marcou. Pelé regressou a San Siro para ser admirado e conseguiu, mais uma vez, deixar o público satisfeito.

O reconhecimento da superioridade santista veio do público, da imprensa e até dos adversários. O técnico da Inter, Maiuno Neri, gastou o tempo entrevistas elogiando o time brasileiro.

No último grande momento de hegemonia de um clube brasileiro, o Santos reinava um ano antes da Copa de 1970, era a base da Seleção que conquistaria o Tri no México e, naquele momento, acabava de se sagrar supercampeão do mundo. Pedir mais o quê? Jamais um time brasileiro voltaria a ter tamanha proteção e reconhecimento.

Depois, a Recopa só seria disputada mais uma vez, em 1969, e mesmo assim apenas a fase Sul-americana, vencida pelo Peñarol. O único duelo da competição entre América e Europa a permanecer na história e na memória dos amantes do futebol seria aquele entre Internazionale 0, Santos 1, uma conquista que para muitos vale mais uma estrela no uniforme.

Terceira Estrela

O Alvinegro Praiano chegou a fazer algumas partidas com a terceira estrela na camisa, considerando a Recopa como mais uma conquista mundial oficial. Na verdade, desde 2005 a Conmebol reconhece a fase sul-americana da Recopa. Falta a Uefa reconhecer a fase europeia, no caso a decisão entre Santos e Internazionale.

A Fifa, muito justamente,já reconheceu como mundiais os campeões intercontinentais a partir de 1960. Assim , em 1968, o título de campeão do mundo ficou com o Estudiantes, da Argentina, que na final superou o Manchester United, da Inglaterra. Porém, em caso excepcional pode-se ter dois campeões mundiais no mesmo ano, como já ocorreu antes.

Para os santistas, não há dúvida de que a proeza foi extremamente relevante e merece ser comemorada. É o que o clube fará nesta terça-feira, 24 de junho de 2019, às 18 horas, no seu Memorial das Conquistas, com a presença de muitos dos que a própria imprensa italiana chamou de supercampeões mundiais. Abaixo a lista dos heróis e a idade que tinham quando conseguiram a façanha.

Supercampeões Mundiais

Cláudio – Cláudio César de Aguiar Mauriz, goleiro, 28 anos, participou dos cinco jogos.
Laércio – Laércio José Milani, goleiro, 38 anos, participou de um jogo.
Carlos Alberto – Carlos Alberto Torres, lateral-direito, 24 anos, cinco jogos.
Ramos Delgado – José Manuel Ramos Delgado, zagueiro, 33 anos, cinco jogos.
Marçal – Emerson Marçal, zagueiro, 24 anos, três jogos.
Rildo – Rildo da Costa Menezes, lateral-esquerdo, 27 anos, cinco jogos.
Joel – Joel Camargo, zagueiro, 22 anos, dois jogos.
Djalma Dias – Djalma Pereira Dias Júnior , zagueiro, 29 anos, um jogo.
Negreiros – Walter Ferraz de Negreiros, meio-campo, 22 anos, cinco jogos, um gol.
Clodoaldo – Clodoaldo Tavares de Santana, meio-campo, 19 anos, cinco jogos, um gol.
Lima –Antônio Lima dos Santos, meio-campo, 27 anos, um jogo.
Douglas –Douglas da Silva Franklin, meio-campo, 19 anos, dois jogos.
Mengálvio – Mengálvio Pedro Figueiró, meio-campo, 30 anos, um jogo.
Edu – Jonas Eduardo Américo, ponta-esquerda, 19 anos, cinco jogos, um gol.
Manoel Maria – Manoel Maria Evangelista Barbosa dos Santos, ponta-direita, 21 anos, três jogos.
Toninho Guerreiro – Antônio Ferreira, centroavante, 26 anos, cinco jogos, três gols.
Pelé – Edson Arantes do Nascimento, atacante, 28 anos, três jogos, um gol.
Antoninho (técnico) – Antônio Fernandes, 47 anos.

Fonte: www.santosfc.com.br/sim-supercampeoes-mundiais

[/bloqueador2]

Compartilhe isso:

  • Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela) WhatsApp
  • Clique para imprimir(abre em nova janela) Imprimir
  • Tweet
  • Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela) Telegram
  • Clique para compartilhar no Threads(abre em nova janela) Threads

Podcast

Folha Nobre - Desde 2013 - ©

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In

Add New Playlist

No Result
View All Result
  • Todas Notícias
  • Rondônia
  • PodCast
  • Expediente

Folha Nobre - Desde 2013 - ©

Este site usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso de cookies. Visite a página Política de Privacidade.