Na Maternidade Humberto Coutinho, em Colinas, rodas de conversa contaram com diversas ações (Foto: Divulgação)
Garantir assistência humanizada às pacientes atendidas nas maternidades públicas do Maranhão é um dos objetivos das rodas de conversa realizadas nas unidades da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Na Maternidade Benedito Leite, os casais participantes receberam informações sobre as fases do parto e as mudanças que vão acontecendo no corpo da mulher durante a gestação. Os encontros acontecem todo mês e podem participar gestantes acompanhadas ou não e a cada novo ciclo novas participantes são acolhidas pela equipe da unidade de saúde.
“Aqui nas rodas firmamos o nosso compromisso em oferecer assistência humanizada no serviço público. Nosso objetivo é fortalecer o conhecimento de vocês, os direitos da gestante, capacitá-las com conhecimento científico, a partir das orientações do Ministério da Saúde”, disse Kelma Lucena, coordenadora de enfermagem da Maternidade Benedito Leite.
A cada novo encontro, os relatos de quem já teve a experiência de parto é compartilhado com as mães de primeira viagem. As evidências positivas e negativas são colocadas em debate para que as orientações e esclarecimentos sobre o direito das gestantes sejam conhecidos, assim como os benefícios do parto natural e o combate às práticas de violência obstétrica.
“Cada relato compartilhado de uma gestante empoderada no seu direito em ter um parto como ela deseja, com muito amor e carinho, é uma evidência de que a assistência humanizada é possível. Esses bebês nascidos de um parto humanizado serão pessoas nascidas num ambiente de amor e acolhimento que serão mais tolerantes ao próximo e à diversidade no futuro”, destacou Analamacia Brito, coordenadora técnica de enfermagem do Instituto Acqua, que gerencia a Maternidade Benedito Leite, em São Luís, e a Maternidade Humberto Coutinho, em Colinas.
Onze gestantes e dois acompanhantes participaram, no último dia 26, da roda na Maternidade Benedito Leite. Após o momento de apresentação e antes das informações específicas sobre o tema do encontro, as participantes relatam suas experiências de parto. Muitos depoimentos apontam dificuldades de acolhimento no serviço privado. As mulheres relacionam o tratamento e imposições médicas para o parto cesariano.
A comerciante Cristiane Sousa, de 37 anos, está na segunda gravidez. Com 26 semanas ela falou porque procurou o atendimento na Benedito Leite. “Estou no terceiro encontro e vim em todos sem faltar. Uma cunhada participou de uma roda anterior e disse que adorou ter o parto aqui”, disse.
Além do processo fisiológico e dos vínculos que cada etapa do parto gera entre a gestante e o bebê, as participantes também ficaram conhecendo a estrutura da maternidade e os recursos disponíveis na assistência. As gestantes atendidas na unidade de saúde têm direito, por exemplo, a um plano de parto e a assistência de uma doula cadastrada.
Colinas
As rodas realizadas na Maternidade Humberto Coutinho, em Colinas, tiveram o primeiro ciclo de encontros encerrado na tarde do dia 27 de junho. Doze participantes junto com equipe de enfermeiras e assistente social participaram do momento, que contou com pintura de barriga, música e a entrega de um texto de juramento na etapa do clampeamento (corte do cordão umbilical).
No encontro, as gestantes dialogaram com a equipe da unidade de saúde sobre os sinais do trabalho, o pós-parto da cesárea e do parto normal, amamentação e suas dificuldades, rede de apoio materno e infantil no parto e no pós-parto e despedida da barriga. Segundo Daniele Teixeira, coordenadora de enfermagem da Maternidade Humberto Coutinho, mais da metade das gestantes participou de todos os encontros e outras participaram pela primeira vez. Ela esclareceu que as cesarianas ainda são uma opção alta pela falta de informação das mães em entender o mecanismo do próprio corpo feito para o parto vaginal e acreditar que é possível sem traumas.
“Geralmente os familiares não querem ver a gestante com dor, não entendem que é parte do processo fisiológico do parto. O conhecimento transforma e inclui a família nesse processo de acolhimento da gestante. A maioria não conhece os riscos de uma cirurgia cesariana e os benefícios do parto natural na redução da mortalidade e morbidade materna e perinatal”, afirmou Daniele Teixeira.
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