Núcleo de Vigilância das Doenças e Agravos não Transmissíveis (Foto: Márcio Sampaio)
Dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) apontam que mais da metade dos óbitos por acidentes com transporte terrestre (ATT), em 2018, tiveram o envolvimento de motociclistas. Buscando mudar este cenário, o Núcleo de Vigilância das Doenças e Agravos não Transmissíveis (DANTs), da Secretaria de Estado da Saúde (SES), desenvolve o Projeto Vidas em duas rodas, focado em preservar a vida de motociclistas, cujo dia é comemorado neste sábado (27).
Criado para ser um trabalho intersetorial, o Vidas em duas rodas é um desmembramento do Projeto Vida no Trânsito, do Ministério da Saúde. É executado pelos 15 municípios maranhenses que possuem Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran). O intuito é fomentar a vigilância e prevenção de lesões e mortes no trânsito e promoção da saúde, em resposta aos desafios da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Década de Ações pela Segurança no Trânsito 2011-2020.
O Projeto Vidas em duas rodas está presente em cinco das 19 unidades regionais de saúde (URS) existentes no Maranhão. A pioneira foi a URS de Presidente Dutra, devido à existência do Hospital Macrorregional de Presidente Dutra, bem como pelo índice de acidentes, lesões e óbitos envolvendo motociclistas no município.
“Ao fazer a escolha da regional aonde será implantado o projeto, é verificado antes com a coordenação da URS os parceiros que farão parte das ações. A partir daí, estipulamos objetivos específicos, tais como estabelecer um comitê, implantar o sistema de registro de acidentes de trânsito, criar um grupo de multiplicadores em educação no trânsito, além de monitorar e avaliar as atividades do projeto trimestralmente”, detalhou o coordenador do DANTs da SES, Victomar Teixeira.
Atualmente, o Projeto Vidas em duas rodas também está presente nas URS de Barra do Corda, Caxias, Chapadinha e Pedreiras. Para poder entrar em funcionamento, a iniciativa conta com a parceria dos setores da Saúde, Educação e Segurança do Estado e do Município, além do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
O projeto apresenta resultados reais. Em 2018, houve significativa redução de óbitos em três regionais nos quais atua em comparação a 2017. Na regional de Barra do Corda, no ano passado, foram 31 óbitos de motociclistas contra 43 em 2017. Já na regional de Chapadinha, foram 18 óbitos contra 26 em 2017. Enquanto em Pedreiras, caiu de 22 para 16 mortes.
Para fortalecer as ações de educação em saúde e educação no trânsito, são realizadas ainda intervenções nas escolas, por meio do Programa Saúde na Escola, distribuição de materiais educativos nas unidades parceiras e seminários.
Ficha de registro
Para auxiliar no registro de acidentes, foi criada uma Ficha de Registro de Acidente de Trânsito. O documento organiza as informações elementares para identificação dos sinistros ocorridos.
Na ficha, são colocados o nome do acidentado, idade, município de residência, data, unidade de saúde onde recebeu os primeiros atendimentos, se a vítima era motorista, pedestre ou passageiro. Também é registrado se houve ou não fatalidade no acidente, qual veículo estava sendo utilizado no momento, bem como a forma ocorreu o sinistro.
A planilha foi implantada devido os acidentes de trânsito não constarem na lista nacional de notificação compulsória do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
Números
Em 2018, no Maranhão, foram registrados 1.315 óbitos por acidentes com transporte terrestre (ATT) na base do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). Destes, 680 tiveram o envolvimento de motociclistas, representando 51,7% das ocorrências.
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