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Por Odir Cunha, do Centro de Memória
Estatísticas por Guilherme Guarche
O título desta apresentação histórica pode ser meio sem graça, mas ao conhecer as estatísticas deste grande clássico brasileiro o leitor há de convir que não haveria outra designação para definir um confronto empatado milimetricamente tanto no total de jogos entre os dois times, como nos duelos pelo Campeonato Brasileiro.
Santos e Internacional já se enfrentaram 75 vezes, a começar pelo empate de 1 a 1 no primeiro jogo, um amistoso em 12 de maio de 1935 no Estádio dos Eucaliptos, em Porto Alegre. Uma das partidas em que o imortal Friedenreich, o melhor jogador brasileiro antes de Pelé, vestiu a camisa santista.
Pois bem, desse total de confrontos o Santos venceu 27, perdeu também 27 e ainda ocorreram 21 empates. E tanto Santos como Internacional marcaram os mesmíssimos 94 gols.
Se fizermos um recorte apenas em jogos pelo Campeonato Brasileiro o equilíbrio absoluto persiste, pois em 63 partidas o Alvinegro Praiano venceu 23, perdeu também 23 e obteve 17 empates. Quanto aos gols marcados, novo empate: 76 para cada time.
Como quase sempre acontece, porém, esta similaridade deixa de existir quando se analisam os jogos com o mando de campo de apenas uma das equipes. Assim como o Santos mantém ampla vantagem quando joga em casa contra o Colorado, lá no Sul a superioridade tem sido do Inter.
Em 31 partidas com o seu mando de campo, o Internacional venceu 16 e empatou 11. Ao Santos coube, até aqui, apenas quatro vitórias. Isso quer dizer que ao menos segundo a estatística histórica as chances de uma vitória santista neste domingo são de 12,9%, enquanto o adversário tem 51,6% de possibilidades.
Mas o futebol, sabemos, está longe de ser uma ciência exata. Se o passado definisse o presente, os jogos nem precisariam ser realizados, não é mesmo? E às vezes as tendências caem por terra diante de um time determinado, como foi aquele Santos de 31 de julho de 2008, que corria em busca de uma vitória quase impossível para sair da zona de rebaixamento.
Maikon Leite acredita na jogada e…
Em 15 rodadas o Alvinegro Praiano tinha apenas 14 pontos ganhos. Suas únicas três vitórias tinham sido contra Ipatinga, Sport e Vasco, todas na Vila Belmiro. Fora de casa só tinha conseguido dois empates, diante de Fluminense e Portuguesa. A situação era feia e o Internacional disputava as primeiras posições da tabela.
Naquela noite de quinta-feira, em que o Beira-Rio recebeu 19.512 espectadores, Cuca escalou o Santos com Douglas, Marcelo, Domingos e Fabiano Eller; Quinõnez (depois Wesley), Dionísio, Michael (Adriano), Molina e Kléber; Maikon Leite e Kléber Pereira.
O Internacional, orientado por Tite, jogou com Clemer, Angelo, Danny Moraes, Índio e Marcão (Rakon); Edinho, Guiñazu, Andrezinho e Taison; Guto (Adriano) e Walter (Thales Cunha). O árbitro foi Djalma Beltrami.
Com muitos jogadores no meio de campo, o Santos conseguiu segurar o adversário no primeiro tempo, buscando uma ou outra investida, principalmente com o rápido Maikon Leite e o oportunista Kléber Pereira. Era evidente que o Alvinegro esperava uma bobeada do adversário para chegar ao gol.
Ela surgiu aos 20 minutos do segundo tempo. O zagueiro Danny Moraes se perdeu com o pique de uma bola alta jogada para sua defesa e, quando quis dominá-la, Maikon Leite passou por ele como um raio, penetrou e, na saída de Clemer, bateu rasteirinho no canto direito, marcando o único gol da partida.
A vitória tirou o Santos da zona de rebaixamento. Ao final do primeiro turno o time só tinha 17 pontos ganhos, mas conseguiu mais 28 no segundo, orientado pelo técnico estreante Márcio Fernandes, e continuou sendo uma das raras equipes brasileiras que jamais foi rebaixada.
Artilheiros santistas do confronto 1 – Pelé e Gabriel, 4 gols. 3 – Paulinho McLaren e Kleber Pereira, 3 gols.
Fonte: www.santosfc.com.br/santos-e-inter-o-classico-do-equilibrio
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