Um dia após o pedido do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a Câmara dos Deputados aprovou o decreto de Estado de Calamidade Pública na noite desta quarta (18).
Agora, com o texto aprovado pela Câmara, ele segue para o Senado, onde sua análise ainda não foi marcada. O mais provável é que aconteça, por conta da pandemia, sem a presença dos senadores na Casa.
Somente após aprovado nas duas casas legislativas é que o decreto, com vigência até o fim do ano, estará em vigor. Luiz Fernando Bandeira, secretário-geral do Senado, disse que a Casa votará o projeto, em sessão virtual, na segunda (23) ou na terça-feira (24).
“A crise é muito grande. O mais importante: a decretação de calamidade abre espaço fiscal, abre espaço para o governo aplicar mais recursos para a saúde. A gente sabe que os R$ 5 bilhões eram poucos recursos para área de saúde. Estados e municípios precisam de mais recursos”, afirmou o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). “A decretação de calamidade abre espaço fiscal para que a gente trate do enfrentamento do coronavírus do ponto de vista da saúde pública, da economia, da área social – em relação aos brasileiros mais vulneráveis”, acrescentou.
Segundo a Agência Câmara, o texto aprovado pelos deputados foi o projeto de decreto legislativo 88/20, que também criou uma comissão mista composta por seis deputados e seis senadores, com igual número de suplentes, com o objetivo de acompanhar os gastos e as medidas tomadas pelo governo no enfrentamento do coronavírus.
O estado de calamidade pública libera o governo do cumprimento da meta fiscal deste ano para o governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central), de 124,1 bilhões de reais, abrindo caminho para mais gastos com a epidemia.
O governo argumenta que a medida é necessária “em virtude do monitoramento permanente da pandemia Covid-19, da necessidade de elevação dos gastos públicos para proteger a saúde e os empregos dos brasileiros e da perspectiva de queda de arrecadação”.
O presidente da Câmara ressaltou que a ampliação dos gastos públicos e maior presença do estado na economia são cruciais no combate à pandemia de coronavírus. Segundo ele, assim que a crise for superada no país, o Congresso voltará a ter como prioridade a organização dos gastos públicos, com as reformas administrativa, tributária e a manutenção do teto dos gastos.
Fonte:YAHOO