Com 68 anos – fez aniversário no domingo, o técnico Vanderlei Luxemburgo acredita que sua carreira está perto do fim, e em entrevista ao canal da Crefisa no YouTube ele deixou em aberto a possibilidade do atual trabalho pelo Palmeiras ser o último antes de se aposentar, mas para isso ele espera conquistar mais títulos (seu contrato vai até dezembro de 2021). “Sou uma pessoa satisfeita e realizada por ter passado pelo Palmeiras, por estar no Palmeiras nesse momento, e com a possibilidade, quem sabe, minha carreira não está muito longeva mais, ela está mais próxima de terminar, quem sabe não termino minha carreira no Palmeiras com grandes conquistas, aí eu posso me aposentar” disse o treinador, para logo em seguida fazer uma ponderação. “No futebol brasileiro a gente sabe que deveria ter de mudar o resultado determinar a qualidade profissional ou colocar só um profissional como culpado daquele momento, com a pressão da imprensa, que forma opinião. Os dirigentes deveriam ser melhores preparados para entender o que está sendo feito na sua agremiação. O time de 93 perdeu, faz parte, mas ganhamos o campeonato. Um derrota ou duas não quer dizer que o trabalho esteja ruim. Eles (dirigentes) também têm que entender se o profissional se encaixa no perfil da empresa. Vai ter percalços, traumas, mas tem de sobrepor. Ao longo do tempo teremos mais vitórias do que derrotas. Ganha mais campeonatos daqueles que mandam seus técnicos embora toda hora” comentou. Multicampeão pelo Verdão, Luxa também elegeu a conquista mais especial, o Paulista de 1993: “Era uma pressão muito grande. Cheguei, tinha um mês e meio e pediram pra eu sair. Palmeiras é assim, torcedor italiano, turma do amendoim… Mas conseguimos manter o trabalho e chegamos à conquista do campeonato. Perdemos o primeiro jogo (da final) e chegamos no segundo jogo totalmente desacreditado. No Morumbi os corintianos já achavam que eram campeões. Em nenhum momento senti que ia perder aquele título. Tinha certeza que iria ganhar porque nossa equipe era melhor. No primeiro jogo o Corinthians achou o gol, tinha bons jogadores, mas nossa equipe era melhor”. Vinte e sete anos depois, o técnico ainda guarda na memória os bastidores do título: “Fui pra Atibaia e toda imprensa me bateu pesado. Não queria saber, tive autorização do presidente e fui. Conseguimos fazer um trabalho tranquilo sem a pressão do torcedor. Ficamos isolados. Voltamos na véspera do jogo e abrimos os portões do CT pra não perder o calor da torcida. No dia seguinte fomos pro estádio confiantes de que poderíamos ganhar do Corinthians. Mostrei pros atletas um vídeo com a história do Palmeiras, mostrando que poderíamos entrar pra história do Palmeiras” encerrou.
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