A Escola Estadual Alfredo Paulino, localizada no bairro da Lapa, na capital, trabalha há três anos com o processo da sustentabilidade com os alunos, expandido para a comunidade. A ideia surgiu por meio de uma escritora chamada Cláudia Lima, idealizadora de uma campanha denominada “Por Amor ao Mar”, que busca reduzir o número de copos plásticos nas instituições.
“Nós temos disciplinas diferenciais, por ser uma escola de período integral. Eu trouxe uma disciplina de letramento, auxilio na alfabetização por meio de canais não convencionais e trouxe os livros da Cláudia para os alunos. A nossa escola, por meio dessa campanha da escritora, recebeu dois certificados por dois anos seguidos da ONU Meio Ambiente e zerou o uso de copos descartáveis”, explica a idealizadora do projeto, Kaihira Hayek, professora de Educação Física.
A docente comenta que a escola cadastrou o Ecoponto no TerraCycle, que trabalha com várias empresas com a preocupação de recolher os resíduos para transformá-los em novos objetos.
“Lá tem a Faber-Castell, que recolhe qualquer tipo de documento de escrita e transforma em objetos que utilizam um plástico de baixa qualidade, como bancos e cabo de vassoura, que não precisam da matéria-prima de primeira linha e podem ser uma mistura delas”, ressalta a docente.
Parceria
Segundo ela, há também a parceria com a Scotch-Brite, que recolhe esponjas. “Eles recolhem esponjas de qualquer marca. Acabou que a gente cadastrou a cidade como ecoponto dessas marcas e as pessoas estão utilizando o local para descarte correto dos lixos”, destaca Kaihira.
Hoje, oito tipos de materiais são destinados à coleta no Ecoponto da escola: instrumentos de escrita, esponjas, lixo eletrônico, tampas plásticas, lacres de alumínio, meias e caixas e bulas de remédio.
Destino dos objetos:
– Instrumentos de escrita – vão para o projeto da Faber-Castell. A empresa envia um código de postagem gratuito para ser postado no correio.
– Esponjas – através do cadastro na Scotch-Brite, a empresa também autoriza a postagem gratuita por correio, com peso mínimo para envio.
– Lixo eletrônico – esta é uma parceria com uma empresa que se chama Sucata Digital, que retira o lixo gratuitamente.
– Tampas plásticas e lacres de alumínio – vão para o Instituto de Tratamento da Criança com Câncer. Lá eles fazem a venda do material e revertem para o que precisam.
– Meias – doação para a marca Puket. O material passa por um processo e é transformado em cobertores, que são doados para crianças carentes.
– Caixas de remédio e bula – coleta de papel limpo, para descarte nas farmácias mais próximas, com o desmontar da caixinha.
A professora Kaihira destaca ainda que é através das crianças que a mudança de hábito acontece. “Como adultos a gente não quer mudar o que a gente já faz, e a criança não, elas aprendem a forma correta e vira um hábito deles. É um processo”, conclui.