A professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) Rosaria Ono e o docente do Instituto de Relações Internacionais (IRI) Amâncio Jorge de Oliveira, ambos da Universidade de São Paulo (USP), assumem as funções de diretora e vice-diretor do Museu Paulista, pelos próximos quatro anos, com dois grandes desafios: concluir a reforma do edifício-monumento do Museu do Ipiranga e preparar as festividades do centenário do Museu Republicano Convenção de Itu.
“O período de nossa gestão será marcante para os dois museus que compõem o Museu Paulista. Uma das mais importantes, sem dúvida, está relacionada à expectativa da sociedade em relação ao Museu do Ipiranga. Esse museu era, até o seu fechamento em 2013, um dos mais visitados da cidade de São Paulo e esta gestão terá a responsabilidade, compartilhada evidentemente com muitas instâncias envolvidas, de levar a termo o longo ciclo de reformas”, avalia a nova diretora ao Jornal da USP.
A inauguração está prevista para setembro de 2022, ano em que se comemorará o bicentenário da Independência do Brasil. As obras de restauro, ampliação e modernização do museu são financiadas via Lei de Incentivo à Cultura pelas empresas: Banco Safra, Bradesco, Caterpillar, Comgás, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), EDP, EMS, Honda, Itaú, Vale, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Grupo Ultra Ipiranga e Pinheiro Neto Advogados. A ação conta, ainda, com a parceria da Fundação Banco do Brasil e da Caixa.
“Temos de garantir a finalização das obras de ampliação, modernização e restauro; a montagem das exposições no seu interior e a implementação de uma forma inovadora de operação e administração para a sua reabertura em 2022”, considera Rosaria.
Comemoração do centenário
Em relação ao Museu Republicano, Rosaria explica que, em 18 de abril de 2023, será comemorado o centenário da instituição, bem como os 150 anos da realização da Convenção de Itu, que dá nome ao museu.
O Museu Republicano é um braço das atividades de pesquisa, cultura e extensão do Museu Paulista no interior de São Paulo, além de ser uma atração turístico-cultural importante para a cidade de Itu. O museu possui importante acervo documental histórico do período republicano, além de objetos da memória da cidade, que oferece subsídios para uma rica programação cultural aos seus visitantes.
“Como etapa de preparação para essas festividades, o objetivo de nossa gestão é a modernização das instalações do museu para as exposições e outros eventos, além da adequação do edifício às condições de acessibilidade e de segurança contra incêndios e promoção da melhoria das condições de guarda do acervo de objetos”, explica a diretora.
“Cada um dos museus que integram o Museu Paulista apresenta características físicas bem distintas e tem seus desafios próprios. Pretendemos trabalhar na melhor integração das equipes para unir esforços e trocar experiências, pois o processo pelo qual tem passado o Museu do Ipiranga, guardadas as proporções, deverá passar o Museu Republicano. Essa integração deverá ocorrer tanto no âmbito das atividades-meio quanto das atividades-fim”, acrescenta Rosaria.
“A nova diretoria está assumindo o Museu Paulista em um momento muito especial desta instituição: o edifício-monumento do Museu do Ipiranga sendo restaurado completamente, a sua área expositiva triplicando e as festividades do bicentenário da Independência do Brasil se aproximando. Sem dúvida é um período de grandes desafios e de grandes realizações”, pontua o reitor da USP, Vahan Agopyan, em mensagem direcionada aos novos diretores, de acordo com reportagem do Jornal da USP.
“Parabenizo e agradeço aos professores Rosaria Ono e Amâncio Jorge de Oliveira por terem aceitado essa incumbência e tenho certeza de que, juntos, vamos entregar ao povo brasileiro, em pouco tempo, um novo museu que vai orgulhar todos”, completa o reitor.
Trajetórias
Rosaria Ono atuou como vice-diretora do Museu Paulista na gestão 2016-2020. É arquiteta e urbanista pela FAU, mestre em Engenharia pela Universidade de Nagoya, no Japão, doutora pela FAU e fez pós-doutorado pela Universidade de Kyoto, no Japão. Atuou como pesquisadora no Laboratório de Ensaios ao Fogo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de 1991 a 2003.
Ingressou como docente na FAU em 2003, onde passou a livre-docente (2010) e titular (2015). Atuou na chefia do Departamento de Tecnologia da Arquitetura da FAU por dois mandatos (2011-2013 e 2013-2015) e como suplente de chefia em um mandato (2017-2019). Foi membro do Conselho da Superintendência de Espaço Físico da USP (2018-2020).
Além ministrar disciplinas de graduação e pós-graduação da FAU, Rosaria é docente do Programa de Pós-Graduação Interunidades em Museologia da USP. Como pesquisadora, atua na área de avaliação de desempenho do ambiente construído, com foco nos campos de segurança contra incêndios, acessibilidade física e avaliação pós-ocupação.
Amâncio Jorge de Oliveira foi vice-diretor do Instituto de Relações Internacionais (IRI) na gestão 2014-2018. Atuou em várias etapas e processos da institucionalização da unidade, com dedicação intensa no Programa de Pós-Graduação, com o qual contribuiu tanto para a sua criação quanto para a sua consolidação. Também foi presidente da Comissão de Pesquisa.
Atuou, no plano da administração central, como representante dos professores titulares junto ao Conselho Universitário por duas ocasiões (2016 a 2018). Foi membro, por dois mandatos, da Comissão de Ética da USP e assessor, em um mandato, da área de humanidades junto à Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (Aucani).
Foi pesquisador visitante no Woodrow Wilson Center e na New York University. É professor do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH).