Ciente de que dificilmente conseguirá realizar o orçamento previsto para 2020 em função da pandemia do novo coronavírus, a diretoria do Palmeiras trabalha para minimizar o prejuízo, e por esse motivo trata a venda de Dudu ao Al-Duhail, do Catar, como inevitável. Em dezembro de 2019 o Conselho Deliberativo aprovou um orçamento de R$ 600 milhões para a atual temporada, valor que englobaria cotas de TV integrais, bilheteria e arrecadação com sócio-torcedor e com o clube social, mas todas essas origens de renda foram comprometidas. Embora não exista uma projeção oficial, já se sabe que haverá perda significativa nas cotas de TV, uma vez que Rede Globo e Turner suspenderam pagamentos, e a empresa americana ainda ameaça romper o contrato na Justiça. Além disso, em 2020 não há luvas para entrar – em 2019 o Verdão recebeu luvas da Turner, o que elevou o faturamento com TV para R$ 216 milhões (em 2018 foi quase R$ 140 mi). Com bilheteria, o Palmeiras realizou apenas R$ 6,1 milhões entre janeiro e março de 2020 – 10% do que faturou em todo 2019; como não deve mais fazer jogos com torcida no ano, vai deixar de arrecadar pelo menos R$ 55 milhões. Em proporção menor vem a arrecadação com o programa de sócio-torcedor e com o clube social, que juntos significaram R$ 85,1 milhões em 2019; em entrevista recente o gerente Cícero Souza afirmou que houve queda de 20% nos dois, o que representaria menos R$ 17 milhões entrando nos cofres do clube em 2020. Diante de tanta projeção negativa, resta ao Verdão tentar minimizar o prejuízo negociando jogadores. Valores a receber por Matheus Fernandes e Arthur Cabral já estavam contabilizados, por isso a venda de Dudu, que pode render até 20 milhões de euros, ajudaria a “salvar o ano” no aspecto financeiro, mesmo que isso signifique realizar uma perda técnica irreparável.
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